Os juízes deram como provados quatro dos nove crimes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência agravados de que o arguido vinha acusado.
Recorde-se que os factos de que o Ministério Público (MP) o acusa foram cometidos sobre um jovem com um atraso cognitivo profundo, hoje maior de idade, e que terá começado a ser abusado desde 2015, quando tinha apenas 10 anos.
Os crimes ocorreram no Centro de Acolhimento Temporário (CAT) “Casa Clotilde”, do Centro Social Interparoquial de Abrantes, onde a vítima residia por decisão judicial, e o agressor prestava serviço em regime de voluntariado, desde 2008.
A descoberta do caso chocou a comunidade de Abrantes, onde o arguido, de 54 anos e funcionário das Finanças de profissão, é bastante conhecido e gozava de uma excelente reputação social pela sua ligação à Igreja Católica e ao escutismo, na cidade e na região.
Segundo o MP, o agressor aproveitou-se das deficiências mentais e psicomotoras da vítima para a sujeitar a atos de cariz sexual, bem como do facto de ter livre acesso aos espaços reservados do CAT, fruto da confiança que os responsáveis da instituição depositavam nele.
A relação de proximidade entre ambos acabou por criar suspeições entre funcionários e outros utentes, que denunciaram o caso à direção após presenciarem alguns episódios de maior intimidade.
O agressor, solteiro e residente no Rossio ao Sul do Tejo, estava em prisão domiciliária com vigilância eletrónica desde 27 de dezembro, dia em que foi presente a um juiz de instrução criminal no Tribunal de Santarém.