Luís Martins, o presidente da direção, explicou à Rede Regional que a prestação de contas divide-se em duas partes.
“Vão ser apresentadas as contas até ao dia 29 de maio, que tem a ver com a outra direção, e vai ser apresentado tudo o que esta direção fez, até agora”, explica o responsável, para quem esta divisão é uma questão de “justiça”: “não seria justo para eles nem para nós estarmos a misturar as coisas“.
De seguida, “vai ser emitido um relatório” onde consta a evolução financeira da corporação, afirma. Quando questionado sobre o tema, Luís Martins refere o caráter “favorável” da evolução desde que a atual direção tomou posse, apesar de ainda se estar a recuperar do “buraco financeiro” deixado pela direção anterior.
“Como leva tempo as casas a caírem, leva o dobro do tempo a erguerem-se” explica o presidente, numa altura em que as receitas da corporação sofreram um corte entre 70 a 80%, dada a diminuição das saídas dos operacionais durante os meses de isolamento social.
Reforço da capacidade operacional
Vital para a progressiva recuperação económica, refere, é a evolução cada vez mais positiva da capacidade operacional.
Antes da tomada de posse da atual direção, existiam menos de 15 operacionais, em contraste com os 40 que estão atualmente em funções.
Para além disso, o reforço do parque de viaturas possibilitou aos bombeiros não só “proteger o concelho”, como combater “grandes incêndios” como os de Silves, no Algarve, e os de Ourém, no distrito de Santarém.
Paulo Dionísio, o comandante operacional da corporação, também salienta a melhoria da capacidade operacional: “conseguimos responder a praticamente 100% daquilo que é o serviço de urgência de Salvaterra de Magos e ainda estamos a fazer, quer sejam de emergência médica, quer sejam de combate aos incêndios pelo distrito e por Portugal inteiro”.
“Ao aumentarmos a nossa capacidade de resposta interna, conseguimos garantir que o apoio a outros distritos e a outros concelhos, porque nós também precisamos da ajuda dos outros, ninguém consegue combater um incêndio sozinho”, defende o comandante.
Apesar de a pandemia ter atrasado o processo, Paulo Dionísio salienta a aposta numa formação exigente dos profissionais como um fator importante no reforço da operacionalidade da corporação.
Aposta numa nova imagem
Depois de um ano sem entrevistas à comunicação social, os Bombeiros Voluntários trabalham numa nova abordagem.
Esse trabalho passa pela criação, no início do mandato da atual direção, de um gabinete de comunicação e do desenvolvimento da página de Facebook, de modo a aproximar a corporação à população.
“O feedback que temos tido na nossa página de comunicação, daquilo que são as pessoas a ingressarem no corpo de bombeiros, daquilo que são as pessoas a tornarem-se sócias, tem sido bastante positivo, o que demonstra a imagem que estamos a passar e que está presente no concelho de Salvaterra é bastante positiva”, afirma Paulo Dionísio.
Joana Madeira, responsável pela comunicação, salienta que a corporação tem sentido, mais do que nunca, o carinho da população, nomeadamente quando há entregas voluntárias de bens alimentares no quartel.
Algo que, há cerca de ano e meio atrás, seria “impensável”, diz.
“Nada se faz se não houver união”
A atual direção criou o chamado “Núcleo do Estado-maior”, órgão composto pela chefia, direção e comando dos Bombeiros.
Estas reuniões servem para todos ficarem a par dos problemas da corporação e para apresentarem e votarem soluções.
Tanto a direção como o comando reforçam que a evolução positiva que se tem vindo a verificar desde maio de 2019 não seria possível sem esta união.
TEXTO E FOTO: Carolina Fonseca Bento