Uma criança de 12 anos, residente em Benavente, está envolvida num processo tutelar de menores, por vandalismo, sem nada ter a ver com os factos de que está acusada.
Quem o garante é a família do menor, que está revoltada com as dimensões que o caso entretanto ganhou, e preocupada com as possíveis consequências.
Os factos remontam ao último dia de Carnaval, quando o menor e alguns amigos da mesma idade pintaram por brincadeira três carros que estavam estacionados na Praça da República, perto da sua residência.
Um dos vizinhos não terá achado piada e chamou uma patrulha da GNR, que foi a casa do menor identificá-lo e apreendeu mesmo parte das latas.
“Eu fui falar com os donos dos carros e prontifiquei-me a lavá-los ou pagar os danos. Todos disseram que não havia qualquer problema e ninguém apresentou queixa”, explicou à Rede Regional a mãe do menor, Sílvia Sousa, que comprou as tintas usadas pelos menores e garante que “são inteiramente laváveis e não provocaram quaisquer estragos”.
Mas, no dia 21 de abril, o jovem foi chamado para ser ouvido no Tribunal de Família e Menores de Santarém, em sede de inquérito.
Só então os pais, ao ter acesso pela primeira vez a alguns elementos do processo judicial, constataram que o mesmo contém fotografias de outras paredes grafitadas e vandalizadas em Benavente, e que a culpa está a ser imputada ao seu filho.
“Algumas paredes já estão sujas há vários meses, desde o halloween, e outras estão pintadas com tintas que nunca o meu filho e os amigos tiveram na sua posse”, garante Sílvia Sousa, explicando que o filho está “bastante afetado” com a acusação.
“Não é justo estarem a fazer isto”, desabafa a mãe, explicando que “não estamos a falar de uma criança problemática, mas de um miúdo que tem boas notas e não falta à escola, onde todos simpatizam com ele”.
A Rede Regional pediu explicações por e-mail ao Comando da GNR de Santarém, que não enviou, até ao momento, qualquer resposta.