O arguido, de 36 anos e com residência em Madrid, confessou perante o coletivo de juízes que se deslocou de Espanha para efetuar uma transação de droga, a mando de um “amigo chinês” que lhe dava trabalho como motorista, e que lhe pagaria 600 euros por este serviço.
O homem explicou ainda que esteve nas instalações de uma empresa de transportes na zona de Samora Correia, sem conseguir precisar qual, onde os funcionários lhe colocaram na mala do carro uma caixa de cartão que continha o haxixe.
Minutos depois de sair do armazém, foi intercetado pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária, que tinha montado uma operação de vigilância no local após ter sido informada pelas autoridades espanholas.
A droga vinha escondida em oito sacos de vácuo envoltos em toalhas turcas, numa caixa de cartão no porta-bagagens do carro, e, tendo em conta o seu estado de pureza, seria suficiente para mais de 20 mil doses individuais.
Contudo, o arguido disse desconhecer o destino do produto estupefaciente, pois ainda aguardava um telefonema com instruções do “amigo chinês” sobre o local da entrega, quando foi detido pela PJ.
O cidadão malaio está acusado de um crime de tráfico de estupefacientes pelo Ministério Público (MP), que, nas alegações finais, pediu que a pena a aplicar tivesse em consideração que o arguido foi usado “como um mero correio de droga”, e que nunca iria beneficiar dos lucros chorudos que o negócio iria proporcionar aos verdadeiros traficantes.
O homem, que está em prisão preventiva, não tem antecedentes criminais e disse que estava a viver em Espanha há seis meses, sem visto de trabalho.
Como não conseguia arranjar emprego como cozinheiro para sustentar a mulher e a filha de 11 anos que tinham ficado na Malásia, começou a fazer serviços para o “amigo chinês” que referiu durante o julgamento, onde mostrou arrependimento pelo que fez.