O arguido, de 57 anos, disse ter ficado “muito desorientado” e “confuso” após embater nos menores, mas não apresentou qualquer razão plausível para a fuga ao coletivo de juízes do Tribunal de Santarém, que o começou a julgar esta segunda-feira, 17 de janeiro.
O homem, motorista de pesados de profissão, admitiu ter bebido um copo de vinho num café da aldeia, antes do acidente, mas garantiu estar em condições de conduzir, e que o fazia a uma velocidade inferior a 50 km/h, ao contrário do que sustenta a Acusação do Ministério Público (MP), onde se lê que seguia em excesso de velocidade, no interior de uma localidade e numa curva apertada com pouca visibilidade.
O condutor afirmou também que o embate deu-se na sua faixa de rodagem, mas esta versão foi desmentida por várias testemunhas, segundo as quais o acidente ocorreu porque o condutor ia fora de mão.
Além do arguido, nesta primeira sessão foram também ouvidas as três vítimas, que na altura do acidente (em agosto de 2015) tinham 12 e 13 anos, e a irmã de um deles, que seguia de bicicleta mais à frente e ainda os tentou avisar da aproximação desgovernada do carro conduzido pelo arguido, momentos antes do embate.
Num depoimento bastante emocionado, a jovem, hoje com 19 anos, recordou que o condutor “nem sequer travou” antes de atropelar o seu irmão e os dois amigos, que seguiam no seu lado da estrada.
Também nesta primeira sessão, dois dos jovens atropelados explicaram ao coletivo de juízes não ter qualquer memória do acidente, pois ficaram traumatizados física e psicologicamente.
O arguido está a responder por um crime de omissão de auxílio e apenas dois de ofensa à integridade física por negligência, depois de um dos jovens ter apresentado desistência de queixa na parte criminal do processo.
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