No relatório final, dado a conhecer estar segunda-feira, 13 de fevereiro, a comissão refere que “as situações de abuso ocorreram em todos os distritos do território nacional, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira”. No entanto, “contrariamente ao atual local de residência das pessoas vítimas, a dispersão das situações de abuso é mais elevada e concentra-se menos no litoral, e existem manchas específicas, sobretudo em certas décadas, que correspondem a exatas localizações de algumas estruturas como a de seminários ali existentes à época”.
O distrito de Lisboa concentra o maior número de casos (120). Seguem-se os distritos do Porto (64 casos) e de Braga (55 casos). O quarto distrito com mais situações é Santarém (26 casos), seguido de Aveiro (24 casos), Leiria (21 casos), Coimbra (19 casos) e Setúbal (18 casos). Ainda com mais de 10 casos encontramos Viana do Castelo (15 casos), Viseu e a Região Autónoma da Madeira (14 casos), Bragança (13 casos), Évora e Guarda (12 casos) e Castelo Branco (11 casos). Foram relatados 9 casos ocorridos no distrito de Vila Real e 8 na Região Autónoma dos Açores. Os distritos de Beja (5 casos), Portalegre e Faro (2 casos cada) completam a lista.
A comissão recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022.
Na apresentação do relatório final, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Pedro Strecht afirmou que “será difícil que, a partir de agora, tudo fique igual” em relação aos abusos sexuais cometidos contra crianças no seio da igreja, em Portugal.
A média de idade atual das vítimas é de 52 anos, “mais baixa do que noutras comissões” e que em 20% dos casos as pessoas têm hoje cerca de 40 anos. A maior parte das vítimas são do sexo masculino (52%), em 32% dos casos têm grau de literacia ao nível da literatura e, à época dos abusos, “eram todos estudantes do primeiro e segundo ciclo”.
Veja AQUI o relatório completo da Comissão Independente.