Cerca de duas dezenas de comerciantes do mercado municipal estiveram na reunião da Câmara Municipal de Santarém desta segunda-feira, 25 de março, para contestarem a forma como a autarquia tem conduzido o processo, alegadamente sem os informar devidamente do novo projeto e sem encontrar uma alternativa válida para o tempo em que o espaço vai estar em obras.
Nas várias intervenções efetuadas, os lojistas colocaram ainda questões relacionadas com a forma como irão receber os novos espaços, após a conclusão das obras, queixando-se da já certa redução do espaço destinado a cada comerciante.
A falta de condições do antigo pavilhão do artesanato do Campo Infante da Câmara, para onde está prevista a transferência temporária do mercado enquanto decorrerem as obras, foi outra das críticas, assim como a falta de informação sobre o valor das rendas a pagar após a reabertura do mercado.
Perante o atual cenário, uma das logistas, Estela Lázaro, chegou mesmo a afirmar que equaciona colocar uma providência cautelar sobre o assunto, referindo que, à falta de soluções compatíveis com a defesa dos interesses dos comerciantes, a câmara deveria indemnizar os vendedores pelos prejuízos que irão ter.
Na resposta aos comerciantes, o vereador Jorge Rodrigues, acusado de não prestar esclarecimentos sobre o projeto, e o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves, defenderam que todo o projeto é bem claro e será dinamizador da cidade e do concelho, sendo que haverá mudanças que terão de ser introduzidas para dar uma nova dinâmica ao espaço.
“Não investimos 2 milhões de euros para ficar a funcionar da mesma maneira”, disse Ricardo Gonçalves, reforçando que não se pode estar anos a dizer que se quer algo diferente e depois não aceitar a mudança.
Lembrando que todos os arrendamentos são precários, o autarca garantiu que o município quer contar com todos os atuais comerciantes, mas terão de existir alterações para que o espaço possa juntar tradição e modernidade. “Há muita gente interessada”, garantiu.
Jorge Rodrigues admitiu que a autarquia pensa lançar uma hasta pública para que a gestão do espaço seja entregue a uma empresa especializada, decisão que Ricardo Gonçalves também defende pelos bons resultados obtidos noutros mercados do país.
A finalizar a discussão, o presidente da autarquia comprometeu-se a agendar uma reunião para a próxima semana, onde prometeu dar todos os esclarecimentos que os comerciantes considerem necessários.
EMPRESA PEDE PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA ENTREGAR CAUÇÃO
Na reunião desta segunda-feira, o executivo municipal deliberou ainda, com os votos a favor do PSD e os votos contra do PS, aprovar a ratificação do pedido de prorrogação do prazo (até esta terça-feira, dia 27) para a empresa que venceu o concurso público para a construção do mercado entregue a caução legal.
Ricardo Gonçalves explicou que o atraso se deve a dificuldades da empresa Habitâmega Construções S.A.obter a garantia da entidade bancária com quem trabalha, situação que deverá ser ultrapassada até hoje, mas o PS lembrou que esta era a segunda vez que a empresa fazia um pedido semelhante e o vereador Rui Barreiro sugeriu mesmo um acompanhamento da situação “ao milímetro” para que tudo corra bem e as obras demorem pouco.
Recorde-se que as obras de requalificação e alteração do Mercado Municipal de Santarém vão ser realizadas pela empresa Habitâmega Construções, SA, com sede em Amarante, no distrito do Porto, por um valor a rondar os dois milhões de euros (1.949.340,00 €). O prazo de execução é de 12 meses.
NOTÍCIA RELACIONADA:
Obras de 2 milhões no Mercado Municipal de Santarém já foram adjudicadas