Os comboios regionais entre Lisboa e Tomar voltarão a circular com seis unidades triplas elétricas (18 carruagens). A garantia foi dada esta quarta-feira, 30 de outubro, pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, durante a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019,
“Hoje mesmo voltarão a estar em circulação seis unidades triplas elétricas com prioridade exatamente para serviço a Tomar, para precisamente retomarmos a capacidade adequada de serviço”, referiu o governante, numa resposta às várias críticas feitas pelos utentes e por vários partidos políticos.
Como a Rede Regional avançou a 24 de outubro, nas últimas semanas têm crescido exponencialmente as queixas dos passageiros dos comboios regionais entre Tomar e Lisboa, pelo facto de viajarem em carruagens sobrelotadas.
Além das reclamações que têm sido feitas junto da CP, nas redes sociais têm sido colocadas muitas imagens que ilustram a falta de condições dentro dos comboios, com vários utentes de pé em grande parte do trajeto, sobretudo durante os primeiros horários da manhã e ao final da tarde.
Segundo a Rede Regional conseguiu apurar, o regional entre Tomar e Santa Apolónia passou a ser feito apenas por uma unidade tripla elétrica, que tem três carruagens, um número manifestamente insuficiente para os utilizadores deste serviço, que pagam entre 160 e 200 euros, aproximadamente, pelo passe mensal, consoante o seu local de embarque.
Tendo em conta a crescente insatisfação dos utentes, o Bloco de Esquerda e o CDS/PP pediram esclarecimentos ao governo sobre esta situação.
Em comunicado, Carlos Matias, deputado do BE eleito pelo círculo de Santarém exige “a urgente reposição das duas composições” e manifesta “a sua solidariedade com as vítimas da degradação do serviço ferroviário na nossa região”.
“Os protestos são quase diários, com discussões, comboios retidos nas estações e acionamentos indevidos do sinal de alarme”, acrescenta o deputado, salientando que “quem ainda consegue entrar viaja em condições deploráveis, com muitas pessoas amontoadas em pé, ao longo de largas dezenas de quilómetros”.
Para o Bloco, “está em causa a segurança dos passageiros e tripulações”.
Pelos centristas, a deputada scalabitana Patrícia Fonseca já questionou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas sobre os problemas que verificam diariamente neste serviço.
Na pergunta entregue na Assembleia da República, o CDS questiona “se o ministro tem conhecimento do que diariamente se passa nos comboios que ligam Lisboa a Tomar e das situações amplamente denunciadas pelos utentes, se as situações resultam de ajustamentos nos horários, ou se resultam de ajustamentos no número de carruagens em cada comboio, ou ainda se resultam da degradação e consequente falta de material circulante para responder à procura e ao número de utentes da linha”.
“Tendo em conta os graves prejuízos – financeiro, pessoal e profissional – dos utentes que mensalmente compram passes, cujo elevado preço não corresponde, de todo, ao serviço prestado, que medidas estão a ser tomadas para resolver com urgência esta situação”, questiona Patrícia Fonseca.