No total, o Ministério Público (MP) acusa 16 arguidos e quatro sociedades dos crimes de associação criminosa e burla qualificada, nas formas consumada e tentada.
Com a ajuda de um advogado, entre 2015 e 2018, os cabecilhas da rede constituíram várias empresas que pareciam operar legitimamente no mercado, com espaços arrendados em vários pontos do país, viaturas, funcionários, contatos de telefone e e-mail, e até publicidade estática.
Os arguidos contataram então outras sociedades de vários ramos de atividade a quem tentavam comprar produtos, solicitando apenas que o pagamento fosse feito por cheque pré-datado a 30 dias.
Assim que recebiam o material, vendiam-no o mais depressa possível e a bons preços a terceiros, e desapareciam antes do vendedor perceber que o cheque não tinha cobertura, e que não ia receber qualquer pagamento.
No processo, a que a Rede Regional teve acesso, há casos de empresários lesados que se deslocaram às instalações de algumas empresas da rede criminosa, encontrando apenas armazéns e escritórios esvaziados da noite para o dia.
Rede criminosa “altamente organizada”
O MP salienta que se tratava de uma rede altamente organizada, onde cada um dos arguidos desempenhava papéis distintos no esquema montado para enganar as empresas lesadas.
Dos 16 acusados, seis estão em prisão preventiva e um está em prisão domiciliária, sendo estes os que ocupavam as posições hierárquicas mais importantes na organização, e que repartiam entre si a maior fatia dos lucros.