O Tribunal de Santarém começou a julgar um antigo funcionário do conhecido bar La Siesta, no Vale de Santarém, que está a responder por, alegadamente, ter vendido droga a vários clientes durante o tempo que trabalhou nesta casa de alterne.
Um dos “clientes”, segundo o Despacho de Acusação a que a Rede Regional teve acesso, é um dos mais conhecidos cavaleiros tauromáquicos das praças portuguesas, que, no ano de 2022, comprou por diversas vezes uma quantidade não apurada de cocaína.
Esta figura do toureio está arrolada como testemunha do Ministério Público (MP) no processo, mas faltou à primeira sessão do julgamento alegando ter sofrido uma doença súbita do foro intestinal.
Na sequência, o presidente do coletivo de juízes mandou notificá-lo para marcar presença na próxima sessão, onde vai ter que prestar depoimento sobre o seu envolvimento neste caso.
O cavaleiro, de 56 anos, foi um dos muitos compradores e consumidores apanhados numa grande investigação da Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Santarém, que levou à detenção do funcionário do La Siesta em outubro de 2023, depois de meses de escutas telefónicas, vigilâncias e buscas domiciliárias e não domiciliárias.
Quando foi apanhado, o arguido tinha em sua casa cocaína e heroína, dinheiro, uma grande quantidade de material associado ao corte, embalamento e distribuição de produto estupefaciente, e ainda uma arma de fogo ilegal.
Segundo o MP, o antigo funcionário, de 44 anos, dedicava-se à venda de droga desde julho de 2022, e não o fazia apenas na casa de alterne (durante a anterior gestão da casa, antes da sua venda), havendo registo também de atividades ilícitas na sua própria casa, em Almeirim, num posto de combustível e noutros locais da via pública, sempre mediante combinação prévia via telefone.
Processo tem dois arguidos
Além do homem que trabalhava no restaurante do La Siesta, este processo tem um segundo arguido, um indivíduo de 63 anos que explorou o restaurante “O Tapadão”, na Tapada, concelho de Almeirim, durante vários meses.
Segundo a investigação, o homem, que tem antecedentes pelo mesmo tipo de crimes, vendia produto estupefaciente não só no interior do estabelecimento, mas também noutros locais nas zonas de Almeirim e Santarém, mediante o combinado com os consumidores que o procuravam.
Os dois homens foram detidos em datas diferentes, mas, segundo a Rede Regional apurou junto de fonte policial, estão a ser julgados no mesmo processo porque apoiavam-se mutuamente no tráfico de droga e estavam ambos envolvidos na mesma investigação.
O arguido mais velho responde por um crime de tráfico de menor gravidade, ao passo que o mais novo está acusado pelo MP de um crime de tráfico e outro de detenção de arma proibida.