Sem família que lhes possa dar um teto provisório, Nuno Duarte, de 41 anos, e Marina Rodrigues, de 28 anos, já bateram a todas as portas a pedir uma habitação social, mas tiveram quase nenhumas respostas por parte da rede de intervenção do concelho.
“Só falaram connosco uma ou duas vezes, e para dizer que não há casas disponíveis, o que é mentira. Nós sabemos de várias casas da Câmara que estão desocupadas, só não percebemos é porque é que nos deixam a viver assim”, desabafa Marina.
“Só pedimos uma casinha pequena, que tenha pelo menos água e luz para podermos tomar banho e fazer a nossa vida”, acrescenta Nuno Duarte, que diz “fazer questão de pagar a renda” ou até efetuar algumas reparações eventualmente necessárias.
Apesar de estarem ambos à procura de trabalho, Nuno vai fazendo uns biscates que dão algum rendimento, mas que não chega para pagar uma renda a preços de mercado.
Contatada pela Rede Regional, a Divisão de Ação Social da Câmara de Santarém explica que conhece o caso desde “finais de abril”, no âmbito do “Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo”, estando a ser desenvolvido o trabalho de intervenção social de 1ª linha pelas equipas afetas”.
Já a Rede Local de Intervenção Social (RLIS) de Santarém, que também está a acompanhar o caso, informa que não presta informações porque é uma “Equipa Protocolada pelo Centro Distrital de Segurança Social”, sendo esta a entidade a responder sobre qualquer assunto.
A Rede Regional colocou as mesmas questões à Segurança Social, que, ao fim de vários dias, não nos fez chegar qualquer resposta.
Enquanto as instituições vão “pintando as unhas”, como se diz na gíria, não há respostas nem para a comunicação social nem para este casal, que vai dormindo sob um telhado partido, a sonhar com uma vida melhor.