O esquema, liderado por duas mulheres naturais de Lagos, de 30 e 31 anos, e um homem do Barreiro, também de 31 anos, consistia em cobrar comissões de abertura de processos de concessão de crédito que nunca existiram, pois as empresas que criaram não tinham acordos de intermediação financeira com qualquer instituição bancária.
O negócio foi publicitado através de diversas plataformas na Internet, com a colocação de anúncios de empréstimos bancários ou consolidação de créditos, tendo atraído sobretudo gente que estava já a passar por grandes dificuldades financeiras.
Aos clientes, era-lhes pedido o envio de toda a documentação pessoal necessária para contrair um crédito junto de um banco comercial, sendo-lhes prometida uma aprovação garantida quase em tempo recorde.
De seguida, os lesados recebiam uma mensagem no telemóvel a informar que o dinheiro lhes seria creditado na conta no prazo de 72 horas, mediante o pagamento antecipado de uma comissão de abertura do processo, que andava entre os 100 e os 200 euros.
Após liquidarem esse valor, os clientes eram “entretidos” com falsos problemas adicionais que iam surgindo à medida que o tempo passava, sendo-lhes exigidos mais pagamentos de outras taxas para dar andamento às concessões de crédito, que acabavam por nunca ser concretizadas.
Perante o avolumar de queixas de clientes, o esquema acabou por ser descoberto e o trio vai agora ser julgado no Tribunal de Santarém, acusado pelo Ministério Público de um crime de burla qualificada.
Este processo-crime reúne 41 queixosos, mas estima-se que o número de lesados por este esquema seja bastante superior.