Um reformado de 68 anos foi condenado a nove anos e três meses de prisão por disparar dois tiros à queima-roupa sobre um homem com quem tinha tido uma discussão fútil numa situação de trânsito no Vale de Santarém, poucos minutos antes do crime.
O caso ocorreu a 23 de setembro de 2022, pelas 15 horas, quando o arguido conduzia o seu veículo na Rua do Pombal, e, sem reparar no sinal de STOP, quase atropelou o outro homem, que ainda lhe deu uma palmada no carro e dirigiu-lhe uma expressão ofensiva.
Mesmo a pé, a vítima encontrou o carro, um BMW Z3, algumas centenas de metros mais à frente, estacionado à porta de uma casa numa urbanização próxima, e colocou a mão no capot para verificar se o motor estava quente.
O homem, um segurança noturno de 34 anos, fixou a matrícula e já seguia para casa quando, de repente, o arguido surgiu ao volante do carro e tentou atropelá-lo, o que o obrigou a saltar um muro.
Quando a vítima se levantou, o arguido, a meio metro de distância, disparou dois tiros de uma arma de calibre .38, tendo um deles acertado no abdómen e o outro no muro, porque ainda conseguiu desviar-se.
Em resultado do tiro, o segurança esteve cerca de 30 dias internado no Hospital de Vila Franca de Xira, nove dos quais a lutar pela vida nos cuidados intensivos.
O acórdão, a que a Rede Regional teve acesso, salienta que os homens não se conheciam, e que o arguido, durante o julgamento, negou ser o autor dos disparos porque a vítima identificou o seu carro por engano.
Esta versão não mereceu o acolhimento do coletivo de juízes do Tribunal de Santarém, que o condenou pelos crimes de homicídio qualificado tentado e detenção de arma proibida, pois não tinha qualquer licença para posse de armas de fogo.
