A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos (AHBVT) acusa a Câmara de Torres Novas de lhe dever cerca de 570 mil euros em apoios atribuídos ao abrigo de dois protocolos que vigoram desde 2008 mas que não têm sido cumpridos.
A maior parte da dívida (449.669,64 €), resulta de montantes em atraso do protocolo de colaboração entre o município de Torres Novas e a associação, assinado a 5 de Outubro de 2008.
Além deste montante, a autarquia deve ainda mais 70.726,29 euros, valor relativo a custos com pessoal desde fevereiro de 2011 e que a câmara se comprometeu a pagar na sequência de protocolo assinado com a Autoridade Nacional de Proteção Civil e a AHBVT para a constituição das equipas de intervenção permanente.
Numa carta enviada ao presidente da Câmara Municipal de Torres Novas a 5 de agosto deste ano, o presidente dos bombeiros torrejanos, Arnaldo Santos, explicou que “esta situação vem criando problemas de gestão graves à Associação” e alerta que “está em causa a proteção civil dos cidadãos”.
Arnaldo Santos acrescenta que não dispondo de meios financeiros, a associação não pode garantir ao corpo de bombeiros a manutenção e substituição de equipamentos, “passando a assistir-se a uma degradação das condições operacionais e logísticas de uma forma geral”.
Desolado com a postura da autarquia que, segundo diz, nunca respondeu “às várias demandas” da associação, o presidente da AHBVT diz que só tem sido possível manter a operacionalidade com a colaboração de todos os bombeiros e algumas “esmolas” da sociedade civil.
“A Associação não dispõe de condições para aumentar o crédito bancário a que teve de socorrer para manter nesta fase a operacionalidade do corpo de bombeiros”, pode ler-se na referida carta enviada à autarquia, com conhecimento à Assembleia Municipal de Torres Novas, líderes das várias bancadas e vereadores do executivo municipal.
Apesar das dificuldades, Arnaldo Santos diz que, até ao momento, a capacidade operacional e os pagamentos aos funcionários não têm sido afetados mas, se o incumprimento da autarquia se arrastar, até isso poderá ser posto em causa.
Presidente e vice-presidente da Câmara de Torres Novas não responderam aos contatos para esclarecer a posição da autarquia sobre este assunto.