O aumento de 100 euros por mês nas mensalidades pagas pelos utentes do lar da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Alpiarça (ARPICA) está a deixar alguns familiares dos 22 utentes da instituição bastante descontentes.
Até abril a mensalidade era de 550 euros mas este mês o valor passou para 650 euros, um aumento de quase 20 por cento que algumas famílias têm dificuldade em pagar, até porque muitos dos utentes recebem reformas na ordem dos 300 euros.
Em comunicado, assinado pelo presidente da direção da ARPICA, Américo Abalada, a instituição justifica o aumento “pela circunstância de as despesas serem superiores às receitas” e de não ser sustentável “uma instituição viver como menos receitas do que as despesas”.
No mesmo documento, a ARPICA admite que o aumento pode ser considerado “excessivo” e que houve “má comunicação” mas garante que a direção não tinha outra forma. “Um menor aumento não resolvia o problema”, diz o comunicado assinado por Américo Abalada, que dirige a instituição desde junho de 2014.
“Nós como direção somos os primeiros a sentir que é uma medida desagradável, que é incorreto, que não devem ser os reformados pobres a pagar a crise, mas não está nas nossas mãos”, justificam os responsáveis da instituição, que responsabilizam a política de cortes cegos imposta pelo Governo.
Questionado pela Rede Regional, o presidente da ARPICA esclareceu que com a mensalidade de 550 euros o défice mensal da instituição era de cerca de 3 mil euros, pelo que subir 50 euros, como chegou a ser equacionado, não era suficiente.
Américo Abalada diz que a sua direção fez um esforço para melhorar os cuidados médicos e de enfermagem e a alimentação e, até a contratação de auxiliares está mais complicada devido às mudanças nos apoios do Instituto do Emprego e Formação Profissional, o que poderá obrigar a instituição a colocar mais pessoas no seu quadro de pessoal.
A direção da ARPICA disponibiliza-se para prestar mais informações no mês de junho, altura em que se vai realizar uma Assembleia Geral da Associação.
Alegado desfalque continua em tribunal
Outra situação que tem comprometido a gestão diária da ARPICA é o alegado desfalque de 113 mil euros feito por uma ex-funcionária da associação, considerada culpada por um processo disciplinar interno concluído em Agosto de 2012.
O assunto seguiu no entanto para a justiça e Américo Abalada diz que há neste momento 3 processos, um ainda sob investigação e dois já em tribunal.
A confirmar-se o desfalque e a haver devolução dos 113 mil euros a instituição poderia amortizar parte do empréstimo de cerca de 250 mil euros contraído para pagar as obras de construção do Lar.
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