A dupla que assassinou a sangue frio o taxista António Pedro, do Entroncamento, e sequestrou três mulheres na zona de Torres Novas, em maio do ano passado, foi condenada a penas de 24 e 20 anos de prisão, respetivamente.
Américo Lopes apanhou a pena mais pesada, 24 anos em cúmulo jurídico, por um total de nove crimes, entre os quais homicídio qualificado, profanação de cadáver, sequestro, extorsão e roubo qualificado.
O coletivo de juízes do Tribunal de Santarém foi mais brando com Luís Peixoto, aplicando-lhe 20 anos por sete crimes da mesma natureza, por considerar que este homem, que nem tinha antecedentes criminais, agiu por influência e a mando de Américo Lopes.
Peixoto, de 57 anos, foi absolvido da acusação de abuso sexual de pessoa incapaz, em relação à vítima que foi obrigada a ingerir três comprimidos “Lorenin” para ficar a dormir, e acabou abandonada junto à estação do Entroncamento.
O tribunal considerou não ter ficado provada a eventual violação, tendo em conta que a mulher não se recordava do episódio, não apresentava lesões e os testes de ADN não serem conclusivos o suficiente para formar uma decisão segura.
Os dois homens, de 56 e 57 anos, foram ainda condenados a pagar uma indemnização cível de 95 mil euros, no total, à viúva e ao filho do taxista António Pedro.
Na leitura do acórdão, que decorreu na tarde desta segunda-feira, 7 de maio, o coletivo de juízes do Tribunal de Santarém mostrou-se “repugnado” com a “especial perversidade” que os arguidos mostraram em relação ao homem que mataram e às três mulheres que sequestraram.
O homicídio de António Pedro, que foi asfixiado e amarrado com meias de nylon e esfaqueado, foi “um crime horrendo”, cometido de uma forma “suscetível de lhe provocar grande dor, e sem qualquer necessidade”, afirmou a juiz presidente do coletivo, Raquel Rolo, sublinhando que os arguidos confessaram matar “para esconder os crimes anteriores, uma vez que já lhe tinham roubado todos os seus bens”.
“O senhor não pode estar em liberdade, porque só não pratica crimes quando está preso”, disse ainda a juiz a Américo Lopes, recordando os seus longos anos de cárcere à ordem de outros processos, e o facto desta vaga de crimes ter sido cometida poucos dias após sair da prisão, em liberdade precária.
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