Três mendigos que agrediram três vigilantes do Santuário de Fátima, dois deles sacristãos, foram “perdoados” ao abrigo do regime de perdão de penas e amnistias criado pela vinda do Papa Francisco a Portugal, por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude.
Os arguidos, de 22, 27 e 30 anos, foram considerados culpados de um total de cinco crimes de ofensas à integridade física no Tribunal Judicial de Santarém, que deu como provado que estes indivíduos atingiram a murro e pontapé as vítimas, depois de terem sido apanhados a pedir dinheiro aos fiéis dentro do espaço religioso.
No entanto, o coletivo de juízes decidiu aplicar-lhes o regime de perdão de penas legislado a propósito da vinda do Papa Francisco a Lisboa, tendo-lhes perdoado o pagamento das penas de multa a que foram condenados pelas agressões às vítimas, no valor de 720 euros, 600 euros e 480 euros, respetivamente.
Apesar de terem sido amnistiados na parte criminal, os arguidos, um residente no Seixal e dois irmãos de Coimbra, têm que pagar parte dos pedidos de indemnização cível deduzidos pelos vigilantes agredidos, num valor total de 2.000 euros, bem como as despesas da assistência médica prestada a um dos sacristãos no Hospital de Leiria.
O caso remonta a agosto de 2021, quando, em duas ocasiões, os arguidos foram surpreendidos em flagrante a mendigar dentro do Santuário de Fátima, onde não é permitido pedir dinheiro aos fiéis.
Os alegados mendigos reagiram mal aos pedidos para abandonar o espaço religioso e partiram para as ameaças e agressões físicas, a primeira vez junto à Capelinha das Aparições, e a segunda numa das saídas do Santuário.