Alunos filmam funcionária a mexer em pertences pessoais

As imagens começaram a circular em grupos da rede social “WhatsApp” no início da semana, e já levaram à transferência da funcionária para outro estabelecimento do Agrupamento de Escolas de Almeirim, que entretanto abriu um inquérito para apurar os contornos do caso.
No vídeo, “não se vê a senhora a roubar absolutamente nada, apenas a mexer em mochilas e casacos”, explicou à Rede Regional Pedro Raposeira, o presidente da Associação de Pais do Ensino Oficial de Almeirim (APEOA), que lamenta os moldes em que o caso ganhou exposição pública.
“A situação é muito grave e tem que ser esclarecida pelos órgãos da escola, mas os pais têm que compreender que há formas legais e corretas de resolver estes assuntos, sem ser a filmar à socapa e meter os vídeos nas redes sociais”, acrescenta o mesmo responsável.
Apesar de, na escola já circularem rumores e boatos de desaparecimento de bens pessoais de alunos, nenhum encarregado de educação reportou anteriormente eventuais furtos à direção do agrupamento ou apresentou queixa na GNR.
Em comunicado, a APEOA afirma esperar que esta assistente operacional, que trabalhava na Febo Moniz há vários anos, “seja responsabilizada, depois de tomadas todas as diligências processuais com vista ao apuramento da verdade dos factos”.
Mas manifesta também “a sua preocupação com o ato cometido pelos alunos que, de forma voluntária e por sua livre iniciativa, recorreram a um meio ilegal – a captação de imagens e sua publicação nas redes sociais sem consentimentos dos visados – para conseguir denunciar a situação reprovável que se estava a passar na escola”.
Os pais “devem incutir nos seus educandos o dever de ressalva da vida privada com a captação e divulgação de imagens de forma ilícita, e uma vez na sua posse deveriam recorrer às instituições e organismos competentes para resolver o assunto”, acrescenta o mesmo comunicado, onde a APEOA conclui que “as redes sociais e a Internet não são nem devem ser as vias para a resolução deste tipo de problemas”.