A chamada “Via Verde do Acidente Vascular Cerebral” (VVAVC) do adulto, em funcionamento no Hospital de Santarém desde 1 de julho de 2018 e que possibilita uma intervenção precoce e mais rápida no tratamento desta patologia, já possibilitou o tratamento precoce (Trombólise) de muitos doentes, saldando-se “em várias vidas salvas e um número substancialmente menor de doentes com sequelas”.
Em comunicado enviado à Rede Regional, a presidente do Conselho de Administração da unidade de saúde, Ana Infante, refere que qualquer cidadão, ao reconhecer os sinais apresentados por alguém, mesmo não sendo profissional de saúde, pode contribuir para a redução das mortes e incapacidades por AVC, solicitando ajuda, ligando para o 112.
“Quando um doente com suspeita de AVC entra no serviço de Urgência do Hospital de Santarém logo na Triagem, é ativada a VVAVC. O doente é encaminhado para a sala de emergência, é avaliado pela equipa médica e segue para a sala de TAC, onde efetua de imediato os exames indicados para se efetuar o diagnóstico”, explica a responsável.
Após receber o tratamento inicial, o doente segue para internamento na Unidade de Cuidados intermédios do Serviço de Urgência (UCINT), onde continua o seu tratamento, sob vigilância médica e de enfermagem contínua.
Para superar constrangimentos geográficos e agilizar o tratamento em tempo útil dos doentes com AVC, foi desenvolvido o TeleViVer-AVC, projeto-piloto entre o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) e o Hospital de Santarém, que inclui o recurso a novas tecnologias, nomeadamente a teleconsulta que além de discussão clínica permite a visualização do doente e a partilha de imagens de exames complementares de diagnóstico entre os hospitais envolvidos.
“Sempre que necessário, recorre-se à telemedicina, para discussão clínica com a equipa da Unidade Cerebrovascular do Hospital de S. José, CHLC conforme protocolo de cooperação definido. Se o doente tem critérios para intervenção neurológica mais diferenciada (Neurocirurgia/Neurorradiologia de intervenção) é transferido para um hospital da área metropolitana de Lisboa”, conclui o mesmo documento.
Refira-se que Portugal é o país da Europa Ocidental com a maior taxa de mortalidade por AVC. O Acidente Vascular Cerebral é também a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal e constitui uma emergência médica. Quando o tratamento adequado é efetuado atempadamente, muitas mortes são evitadas assim como, sequelas importantes nos sobreviventes de AVC, impedindo-se sofrimento, custos sociais, económicos importantes e dependência de terceiros