Apesar da anunciada colocação de mais oito médicos de família nos dois agrupamentos de centros de saúde (ACES) do Ribatejo, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos do Distrito de Santarém (MUSPDS) vem lembrar que este número é insuficiente, acrescentando esperar que não se trate de uma promessa de campanha eleitoral que não será cumprida.
Mesmo com a vinda de mais oito profissionais, cinco para o ACES da Lezíria e três para o ACES do Médio Tejo, continuarão sem médico de família cerca de 70 mil utentes, segundo um comunicado divulgado pelo MUSPDS.
O movimento mostra-se desconfiado em relação ao concurso aberto pelo Ministério da Saúde, no passado mês de maio, para a contratação de 107 médicos, que, “afinal, já vão ser só 88” clínicos a distribuir pelos centros de saúde dos distritos de Santarém, Setúbal e Lisboa.
“Apesar da limpeza de ficheiros, do aumento das listagens por médico de família, do acréscimo de utentes falecidos e da retirada de muitos utentes que há mais de três anos não utilizavam os serviços, o que é quase um castigo por terem saúde, a verdade é que mais de 90 mil utentes do distrito estão sem médico de família atribuído”, lê-se no comunicado, onde, pelas contas do MUSP, a colocação dos oito clínicos apenas reduz em 20 mil o número de utentes nesta situação.
E a falta de médicos de família não é o único problema apontado no comunicado do movimento.
“Dado que o cenário da falta de recursos humanos é frustrante, para quando a contratação de mais enfermeiros e outros profissionais?”, questiona o MUSP no comunicado.