O inquérito que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu à morte de um idoso, em janeiro deste ano, nas urgências do Hospital Distrital de Santarém, foi arquivado por esta entidade inspectiva considerar não haver matéria para processo disciplinar.
A decisão, que já foi lamentada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, incluiu apenas uma proposta de mudanças de natureza administrativa que, para vários responsáveis, é insuficiente para a gravidade dos casos registados em final de 2014 e início de 2015, num total de 8, incluindo o de Santarém, em que várias pessoas morreram após estarem várias horas à espera de assistência nos hospitais.
Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos lamentou que a IGAS não tenha instituído processos disciplinares aos conselhos de administração dos hospitais e aos diretores clínicos das instituições em causa, para avaliar responsabilidades.
“A IGAS deveria ter avaliado as suas responsabilidades, que são objetivas nestas situações, porque os conselhos de administração dos hospitais e as direções clínicas não prepararam adequadamente os seus serviços de urgência para uma situação que em todos os invernos é previsível: o aumento da procura dos serviços de urgência e da necessidade de internamento”, explicou o mesmo responsável, acrescentando que o Ministério da Saúde deveria apresentar já um plano de contingência para o próximo inverno.