IMAGEM DE ARQUIVO / ILUSTRATIVA
O Ministério do Ambiente confirmou ter detetado descargas ilegais da empresa Fabrióleo, de Torres Novas, para uma linha de água, dando assim razão às denúncias feitas por vários ambientalistas e populares.
Em resposta a questões levantadas pelo Bloco de Esquerda, citada pela agência Lusa, o Ministério dá conta de uma ação de fiscalização realizada em maio deste ano, cujos resultados “não evidenciaram a contaminação que é visível em muitos dias, na linha de água”, e de uma outra, realizada no dia 20 de junho, em que foi “detetada uma tubagem que não corresponde à autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) na licença de descarga e que, no momento da atuação, estava a descarregar para a linha de água”.
Ainda segundo o Ministério, “esta situação ocorreu durante a noite e os resultados analíticos das amostras recolhidas, que apresentaram coloração semelhante à de óleos, demonstraram que a empresa se encontrava a rejeitar efluente sem tratamento adequado (ou sem qualquer tratamento) dado os elevados valores obtidos, quer no efluente, quer na linha de água”.
Já quanto à autorização da fábrica para laborar, também questionado pelos deputados do BE, o Ministério diz que foram instaurados vários processos de contraordenação por parte da Inspeção geral da Agricultura, Mar, Ambiente e do Ordenamento do Território e, em setembro de 2015, a Agência Portuguesa do Ambiente procedeu à emissão de um auto de embargo.
No entanto, diz o Ministério, “presentemente, a empresa tem licença para descarga na linha de água dos efluentes tratados no sistema de tratamento previsto na licença, não sendo permitidas quaisquer outras descargas de efluentes, designadamente as verificadas recentemente”, acrescenta o ministério.
Esta resposta do Ministério vem dar razão a quem há muito aponta o dedo à Fabrióleo como responsável por descargas ilegais e poluentes. Ainda recentemente, a 25 de julho, Arlindo Consolado Marques, um dos mais conhecidos ativistas ambientais da zona norte do Ribatejo, queixou-se contra os proprietários da empresa, que o terão agredido e tentado atropelar quando estava parado na Estrada da Sapeira, junto a um curso de água que exalava um cheiro pestilento, alegadamente vindo daquela unidade industrial.