Esta alteração tem como significa que vai analisar as amostras recolhidas no âmbito dos cuidados de saúde primários, no sentido de detetar ou não a presença de vírus de alto risco do papiloma humano (HPV).
A diretora do Serviço de Anatomia Patológica do HDS, Isabel Andrade, serviço que será responsável pela avaliação das amostras refere que o Programa de Rastreio do Cancro do Colo do Útero destina -se a todas as mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 65 anos, inscritas nos centros de saúde.
Nos casos em que a pesquisa é negativa, esta será repetida de 5 em 5 anos. Nos casos em que a pesquisa for positiva, as utentes são encaminhadas para consulta hospitalar de Ginecologia do HDS, para acompanhamento médico.
“O seguimento e vigilância com avaliação por colposcopia e por citologia cérvico-vaginal vai permitir o diagnóstico de lesões percursoras do cancro do colo, não malignas e tratáveis em estádios precoces”, acrescenta Isabel Andrade.
De acordo com a responsável, numa fase inicial, o HDS irá receber amostras provenientes de quatro concelhos do distrito de Santarém – Santarém, Almeirim, Alpiarça e Cartaxo. Progressivamente, serão incluídas outras unidades, com o objetivo final de abranger todo o distrito, incluindo a Lezíria e o Médio Tejo.
A diretora do Serviço de Anatomia Patológica frisa que a realização do rastreio a nível nacional tem como finalidade reduzir a morbilidade e mortalidade por cancro do colo do útero, promovendo a equidade no acesso e contribuindo para diminuir as desigualdades em saúde.
“O programa tem base populacional, com acesso universal e gratuito – isento do pagamento de taxas moderadoras, desde a consulta e o teste de rastreio à realização da colposcopia no hospital, se necessária. Em caso de necessidade de tratamento, todos os exames e consultas serão também isentos de taxas moderadoras”, relata.
O cancro do colo do útero é o 6.º mais frequente nas mulheres europeias. Na Região de Lisboa e Vale do Tejo são detetados por ano cerca de 400 novos casos ano; em Santarém foram registados em 2018, 32 novos casos que correspondem a uma taxa de incidência bruta de 14,10/100 000.