Várias cirurgias programadas para a manhã desta segunda-feira, 18 de agosto, foram canceladas sem aviso prévio devido à falta de condições do bloco operatório central do Hospital de Santarém, onde algumas salas têm apresentado níveis de humidade demasiado elevados.
Um dos apanhados de surpresa por esta situação foi um forcado dos Amadores da Chamusca, que sofreu uma fratura numa perna no início do mês e aguarda internado por uma cirurgia de ortopedia desde o dia 3 de agosto.
Segundo conta o jornal “O Almeirinense”, este foi o terceiro adiamento da operação ao forcado, Emanu Injai, que decidiu marcá-la para um hospital privado em Lisboa.
A Rede Regional pediu esclarecimentos ao Conselho de Administração, tendo o vogal João Vaz Rico instruído a secretária para dizer que o hospital “não tem quaisquer declarações a prestar sobre este assunto”.
O hospital de Santarém recusa-se a explicar quais são os problemas concretos que têm afetado o normal funcionamento do bloco operatório, não adiantando sequer quantas cirurgias já foram canceladas.
Humidade adia operações cirúrgicas
Fonte ligada a uma corporação de bombeiros, que pede para não ser identificada, explicou à Rede Regional que o adiamento de cirurgias em Santarem tem sido “mais frequente, nos últimos tempos”.
Quando uma operação tem que ser adiada, os bombeiros são solicitados para fazer o transporte dos doentes para outras unidades de referência.
No final do mês de julho, o problema afetou também as cirurgias de urgência, o que obrigou à deslocação de sinistrados e doentes para outros hospitais do Centro Hospitalar Médio Tejo e em Lisboa.
A Rede Regional teve acesso a uma resposta do gabinete do ministro da Saúde ao Bloco de Esquerda, datada de 28 de julho, onde a questão vem explicada.
De acordo com esclarecimento prestados pelo Ministério, o bloco operatório tem sido “afetado por situações ambientais de humidade extrema”, onde o mecanismo que garante a circulação do ar, o sistema AVAC, “já não tem capacidade para estabilizar os níveis de humidade entre os 45º e os 60º”.
O sistema data da construção do hospital, em 1985, e “após 30 anos de funcionamento ininterrupto e intensivo, necessita de ser substituído e o bloco central requalificado”, explica o documento, onde se lê ainda que o bloco “tem suspensa e reprogramada alguma atividade operatória desde 2013”.
O gabinete do ministro Paulo Macedo informa ainda o BE que “uma intervenção estrutural” implica o “encerramento temporário” do bloco operatório, sendo esta uma “ação que tem que ser muito bem preparada, algo que o Conselho de Administração está a fazer”.