Neste momento, estão a ser monitorizados à distância cinco doentes com DPOC, prevendo-se que este ano o número seja alargado para 10. A seleção é feita com base na gravidade dos casos, sendo escolhidos os doentes com mais idas às urgências e mais internamentos.
“Temos doentes com 8-9 internamentos por ano, o que representa, em muitos casos, uma duração total de dois meses”, explica Gustavo Reis, pneumologista do HDS, sublinhando que este projeto permite aliviar não só a urgência, como também o internamento.
“O programa não só pretende ajudar os doentes com DPOC, mas também tem como grande objetivo contribuir para combater as elevadas taxas de internamento/reinternamento e, consequentemente, os custos associados”, reforça.
A telemonitorização consiste na monitorização à distância de determinados parâmetros fisiológicos, designadamente a frequência cardíaca, a saturação de oxigénio, a temperatura e o número de passos que o doente dá por dia. Esses sinais são registados periodicamente pelo doente e são recebidos automaticamente num centro de triagem, onde profissionais de saúde supervisionam os dados recebidos. Quando os dados relativos às medições que estão a ser monitorizadas ultrapassam os limites pré-definidos como os adequados é gerado um “alerta”, e o centro de triagem contacta o doente para avaliar a situação.
“Se se confirmar a existência de alterações importantes nos parâmetros, a equipa hospitalar, que envolve um enfermeiro e um médico, é contactada de imediato, estabelece novo contacto com o doente e é tomada uma decisão”.
A DPOC é doença crónica e progressiva que se manifesta pela diminuição da capacidade respiratória, estimando-se que afete cerca de 750 mil portugueses.
Como a Rede Regional avançou a 16 de fevereiro, o Serviço de Cardiologia do HDS iniciou também recentemente um programa de telemonitorização de insuficiência cardíaca (IC) cujo objetivo é otimizar a qualidade assistencial aos doentes com IC de maior risco seguidos na unidade de saúde.