Segundo o cirurgião vascular Pedro Martins, o primeiro doente tratado por via endovascular (tipo “cateterismo”), em alternativa à cirurgia convencional, constituiu um “momento crucial” na história do Serviço de Cirurgia Vascular, “tendo aberto portas a toda uma nova capacidade de intervenção”.
“Tratava-se de um doente com uma isquemia crítica do membro inferior esquerdo”, recorda o especialista, acrescentando que, alguns meses depois, em novembro de 2016, “efetuou-se o primeiro tratamento endovascular do aneurisma da aorta abdominal (EVAR), que envolve a colocação de uma prótese aórtica por via femoral (artérias das virilhas) através de um cateterismo minimamente invasivo (ao invés de “barriga aberta”)”.
Pedro Martins conta que a partir desse momento “passou a existir uma capacidade de resposta mais diferenciada, tendo sido possível captar mais doentes da área de influência do HDS que estavam a ser referenciados para hospitais centrais em Lisboa”.
Antes de 2016, eram intervencionados em média três doentes por ano com Aneurisma da Aorta no HDS, estimando o médico que este ano de 2021 sejam realizadas cerca de 20 operações, fruto da evolução técnica descrita.
Apesar da importância deste tipo de técnica EVAR no tratamento dos aneurismas da aorta abdominal, Pedro Martins refere que “a cirurgia convencional (“barriga aberta”) continua a ter o seu lugar e qualidade”, mas hoje em dia é adequada a um grupo mais selecionado de doentes e na maior parte dos casos não é a primeira opção de tratamento.
Recentemente, o Serviço de Cirurgia Vascular do HDS, iniciou mais uma forma de tratamento endovascular para casos mais complexos de aneurisma da aorta, designada por FEVAR (implantação de endoproteses fenestradas com orifícios para as artérias viscerais).