A família de uma idosa residente em São Domingos, que está em coma há mais de um mês na sequência de uma agressão violenta, acusa o Hospital de Santarém de ter sido negligente no atendimento que lhe prestou.
Contatada pela Rede Regional, a unidade hospitalar nega as acusações e sustenta que a utente teve uma prestação de cuidados “exemplar”.
O caso remonta a 11 de outubro, dia em que Julieta Figueiredo, de 81 anos, foi agredida com grande violência na sua residência, por um neto cadastrado que perdeu a cabeça.
O jovem, de 24 anos, que provocou também ferimentos graves numa vista de uma vizinha que acorreu em seu socorro, continua em liberdade
Nessa noite, a idosa foi transportada ao Hospital de Santarém sempre lúcida e a conversar, e foi ela própria quem relatou a agressão que sofreu aos bombeiros e às autoridades.
No Serviço de Urgências, foi-lhe realizada uma primeira TAC, tendo um dos médicos que lhe prestou assistência determinado que este exame deveria ser repetido no prazo de 24 horas.
É nesta questão que a família acusa o Hospital de Santarém de negligência, pois a segunda TAC foi feita 38 horas depois, e antes de Julieta Figueiredo ter sido transportada de urgência para a Unidade de Neurocríticos do Hospital de São José, em Lisboa.
A idosa sofreu um derrame cerebral e foi sujeita a uma intervenção cirúrgica que durou mais de três horas; escapou à morte por pouco, mas ficou em estado vegetativo desde então.
A família exige explicações sobre estas questões e já formalizou queixa no Livro Amarelo.
O diretor clínico do Hospital de Santarém, Paulo Sintra, garantiu à Rede Regional que o atendimento à idosa foi “exemplar” e que todos os procedimentos de observação para esta tipologia de lesões foram cumpridos.
No entanto, Paulo Sintra acrescenta ainda não dispor de autorização legal para comentar casos específicos, pelo que não se refere à questão das 38 horas que passaram entre as duas TAC.