Cerca de duas dezenas de enfermeiros do Hospital Distrital de Santarém (HDS) concentraram-se na manhã desta terça-feira, 5 de junho, em frente à entrada da unidade de saúde, no primeiro de três dias de greve por melhores condições de trabalho e contratação de mais enfermeiros.
Munidos com 50 balões brancos, um por cada enfermeiro em falta nos quadros do HDS, os enfermeiros justificaram esta paralisação antes das férias de verão, um ciclo muito complicado e grave, sobretudo num momento em que os turnos já funcionam com um número de profissionais diminuído e em que o volume de horas extraordinárias já é muito elevado, o que deixa as equipas “completamente exaustas”.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) diz que só para cumprir os horários de 35 horas semanais, o hospital necessitaria de mais uma centena de enfermeiros, a juntar aos cerca de 570 profissionais da instituição.
A dirigente do SEP, Helena Jorge, lamentou que o Ministério não tenha autorizado, até esta segunda-feira, as contratações pedidas pelo Hospital de Santarém, como o sindicato havia solicitado numa carta endereçada na semana passada, o que impediu a desconvocação da greve.
“Tratamos com a vida das pessoas, que não se pode traduzir em números”, disse, salientando a preocupação dos profissionais de “tudo fazer pelas pessoas”, disse Helena Jorge, salientando que “a nossa consciência trai-nos um bocado ultimamente”.
De acordo com o sindicato, os serviços com maiores carências são as Medicinas, a Cirurgia e as Urgências, estando o Hospital a gerir as falhas mais prementes desviando enfermeiros de outros serviços, o que agrava o cansaço, dada a instabilidade e necessidade de integração que isso implica.
No final da concentração que marcou o arranque do protesto, os enfermeiros libertaram os balões para simbolizar a “rapidez” com que os profissionais entram e saem desta instituição.