Os números foram divulgados pelo próprio HDS, que explica que os “doentes da consulta incluem predominantemente diabéticos tipo 1 e tipo 2 insulinotratados, com graves complicações, particularmente os que apresentam envolvimento órgão-alvo, com complicações oftalmológicas, nefrológicas, cardiológicas e neurológicas”.
Recuando três décadas, a médica Cristina Esteves, que integra a consulta desde o início, recorda que tudo começou em março de 1992, com uma equipa multidisciplinar de enfermagem, medicina interna e nutrição, e com a colaboração das áreas da oftalmologia, cirurgia, cardiologia, urologia e neurologia.
A atividade foi alargada com a criação de um hospital de dia de diabetes, em 1999, que, de acordo com a médica, “permitiu gerir de forma mais integrada e contínua o apoio ao doente diabético através da alocação de um enfermeiro a tempo inteiro”.
Em 2000, foi criado o “Núcleo de Diabetes”, coordenado a partir de 2010 por Cristina Esteves, que incluía uma equipa de quatro médicos, com vários períodos de consulta e um hospital de dia, com uma enfermeira com formação específica dedicada a ensinos individuais e de grupo.
Também nesse mesmo ano foi efetivada a “Consulta de Diabetes e Gravidez”, consulta multidisciplinar que inclui um internista com formação em diabetologia, obstetra e nutricionista dedicada ao seguimento de grávidas diabéticas.
Seguindo a cronologia, em 2011, e com a integração de um podologista a tempo parcial, que dá apoio ao doente seguido na consulta de diabetes, alargaram-se competências e diferenciação.
“Foram 30 anos de muito trabalho e dedicação, pautados por atualização e diferenciação crescentes de toda a equipa”, afirma Cristina Esteves, adiantando que, no futuro, e após um período de pandemia, é objetivo retomar a investigação com participação em ensaios clínicos, manter a atividade formativa com cursos e palestras dirigidas a médicos e enfermeiros, privilegiando os dirigidos a Internos em formação, quer do Hospital, quer dos Cuidados primários de Saúde.
“Nestes anos, e fruto das novas moléculas, quer de antidiabéticos orais, quer de novas insulinas, conseguimos alcançar um melhor controlo metabólico que antes não era possível implementar”, explica a internista Cristina Santos, que faz igualmente parte do corpo clínico inicial.
“Também a nova tecnologia inovadora associada à autovigilância da glicemia intersticial veio facilitar a vida dos utentes e dos profissionais de saúde”, realça a mesma médica.
A equipa do Núcleo de Diabetes é atualmente constituída por seis assistentes hospitalares e dois enfermeiros dedicados à área, dois nutricionistas e uma podologista, sendo que, do corpo clínico inicial, mantém-se também em funções o nutricionista Santo Amaro.
