Três casos de tuberculose confirmados entre os alunos da Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM) estão a deixar os encarregados de educação bastante alarmados e a exigir o encerramento temporário do estabelecimento, para desinfeção.
Durante a semana que passou, os quase 400 elementos da comunidade escolar foram sujeitos a um mega rastreio à doença, que detetou vários casos de alunos e professores a necessitar de fazer um tratamento preventivo.
Segundo as autoridades de saúde, não se pode falar em surto nem há quaisquer razões para alarme, mas as explicações andam longe de convencer e de tranquilizar os pais.
“Quando é detetado um caso de tuberculose, esse estabelecimento deve ser de imediato encerrado e as pessoas isoladas, o que não aconteceu aqui, uma vez que a escola continua aberta”, disse à Rede Regional João Remechido, pai de um aluno, para quem “se trata de uma doença perigosa e altamente contagiosa”.
Preocupado com a situação, este encarregado de educação deslocou-se à escola para pedir informações à diretora de turma do filho e à direção da EPSM, que não comenta o caso e remete todas as explicações para a Delegada de Saúde do concelho de Salvaterra de Magos.
Em comunicado, a direção da escola esclarece que cumpriu o seu dever de informação obrigatória assim que teve conhecimento do primeiro caso de um aluno infetado com tuberculose, e que procederá de acordo com as indicações que lhe forem dadas pelas autoridades de saúde.
A direção da EPSM adianta ainda que, dos jovens alunos, dois deles já não apresentam riscos de contágio e encontram-se a frequentar as atividades letivas por indicação médica.
“A delegada de saúde diz que não é nada de preocupante, mas não sei até que ponto é que se está a lidar com a situação da forma mais correta”, disse à Rede Regional Fátima Carvalho, mãe de uma aluna já despistada no rastreio promovido na escola, acrescentando que se sentiria mais tranquila se a escola fosse fechada para desinfeção.
“Não há qualquer razão para encerrar a escola”, garantiu à Rede Regional o pneumologista José Miguel Carvalho, responsável pelo programa de tuberculose de Santarém.
Este médico do Centro de Diagnóstico Pneumológico acrescentou que “o rastreio está a decorrer normalmente e não surgiram novos casos, até ao momento. Estamos perante uma doença que é necessário detetar com algum cuidado, mas não é impeditiva de que a escola funcione normalmente, de forma alguma”.
José Miguel Carvalho diz ainda compreender a preocupação dos encarregados de educação, mas sublinha que não há razões para alarme.
A direção da Escola Profissional de Salvaterra de Magos marcou uma sessão de esclarecimento aberta a toda a comunidade escolar para a próxima terça-feira, 2 de dezembro.