A enorme afluência de doentes ao Hospital Distrital de Santarém (HDS)registada esta segunda-feira, 5 de janeiro, fez com que chegassem a estar retidas na unidade hospital 17 ambulâncias, algumas durante mais de sete horas.
A informação é do segundo comandante operacional distrital de Santarém, José Guilherme, que, em declarações à agência Lusa, revelou que teve que ser feita uma coordenação com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para encaminhar doentes para outros hospitais da região, de forma a evitar que os bombeiros ficassem sem resposta caso ocorresse algum acidente grave.
Apesar desta medida, o CODU viu-se obrigado a mobilizar a corporação de bombeiros de Alcoentre para um acidente ocorrido na A1, o que leva o mesmo responsável a lamentar que os hospitais não tenham uma reserva estratégica para situações de pico de afluência, evitando que a população ande na roda da sorte.
Também em declarações à agência Lusa, a diretora clínica do HDS, Maria Lopes, referiu que o serviço de urgência da unidade de saúde tem vindo a ser reforçada com recursos humanos de outros serviços.
A responsável revela que têm chegado às urgências muitos idosos e muitas pessoas com problemas respiratórios, situação que obrigou a gerir recursos internamente, não só internando doentes noutros serviços como reforçando o pessoal médico e de enfermagem.
Confirmando os problemas com a devolução das macas aos bombeiros, Maria Lopes sublinhou que foi feito um enorme esforço para encontrar respostas internamente e que a situação se normalizou na segunda-feira ao final do dia.
Doentes vistos sem sair da maca
Apesar da melhoria registada nas últimas horas, a Rede Regional sabe que os problemas não se limitaram à segunda-feira. Já no domingo houve pelo menos uma corporação que teve as suas três ambulâncias de socorro retidas no hospital, uma delas durante cerca de seis horas.
No mesmo dia, houve doentes que foram consultados e tiveram alta sem sair da maca.
Mais a norte, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, referiu hoje, em comunicado, que alguns utentes chegam a estar sete horas à espera, com todos os constrangimentos que isso implica em termos clínicos, familiares e até nas condições de alimentação.
“Não estão só em causa os tempos de espera para os atendimentos, em alguns casos está em causa a qualidade dos serviços prestados e o sofrimento a que são sujeitos alguns utentes que se deslocam às urgências”, refere o referido comunicado.