A adesão dos enfermeiros à greve na Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria, centralizada no Hospital de Santarém, rondou os 86,5% e condicionou o funcionamento de vários serviços como a urgência, o bloco operatório, a cirurgia de ambulatório e a maioria dos serviços de internamento.
Segundo Nuno Lopes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou esta paralisação nos turnos da manhã e tarde desta quarta-feira, 21 de agosto, alguns dos motivos “são de âmbito nacional, como a valorização da grelha salarial e a valorização do trabalho do enfermeiro, mas há também motivos a nível local”.
Nesta ULS, os enfermeiros queixam-se sobretudo da falta de pessoal, “que leva a uma movimentação frequente de enfermeiros de um serviço para outro sem estarem devidamente integrados”, e o volume de horas extraordinárias, que faz com que seja muito difícil conciliar a vida profissional com a vida familiar”, explica Nuno Lopes.
Além da sobrecarga de trabalho, há serviços “que são mais afetados que outros, pelo que o recurso às horas extraordinárias é constante”, salienta o enfermeiro, sublinhando que a “mobilização de pessoal prejudica todos os serviços”.
O novo Conselho de Administração (CA), que tomou posse em fevereiro, não está a conseguir resolver os problemas que a classe enfrenta, segundo o Sindicato dos Enfermeiros.
Da parte do CA, “há abertura para trabalhar em áreas que se vão conseguindo resolver, mas a questão de falta de pessoal, em que tem que pedir ao Ministério a abertura das vagas e o seu preenchimento, tem sido um processo muito lento e que não resolve os problemas”, afirma Nuno Lopes.