Manuel Lopes de Sousa gosta de recordar com sorriso largo algumas "estórias" ligadas à sua vida criativa.
Uma delas ocorreu na década de 50 do século passado, quando tentou vender a ideia de produção industrial do seu descascador de legumes e tubérculos.
“Fui a Lisboa a uma empresa de eletrodomésticos e apresentei a ideia. O senhor que me atendeu mandou-se para uma outra rua onde seria o departamento industrial. Corri a rua para trás e para a frente e só havia uma casa, a sede do Benfica. O homem deve ter pensado que não era bom da bola e mandou-se para um clube”, recorda.
Manuel Lopes de Sousa conta esta "estória" para dizer porque é que o descascador não foi para o mercado, numa época que não era a de hoje.
Hoje ainda existem por aí uns parecidos para cortar couve para caldo-verde, mas nenhum ajustável a cortar couve para galináceos, para couves com feijão ou para caldo verde; ou então para cortar batatas ou cenouras, consoante as necessidades.
Outra estória que o inventor revela é a do filtro nasal.
“Foi na década de 80, vinha no avião de Bruxelas. Naquela altura fumava-se nos aviões e o ar era muito pesado com o fumo. Estava meio constipado e por isso chamei a hospedeira para me queixar do ar. A menina disse que poderia mudar-me para primeira classe. Perguntei-lhe se o ar era o mesmo e ela disse que sim. Então perguntei-lhe se poderia utilizar o meu filtro nasal. Ela respondeu que ia perguntar ao comandante”.
Manuel Lopes de Sousa conta este episódio com o filtro colocado no nariz.
“A menina volta e diz que posso colocar o filtro, o que fiz. Algum tempo mais tarde, já melhor da respiração, vem o comandante saber se estava bem. Ora, no entretanto, soube-se, por causa do filtro, que havia um inventor a bordo. Então, a maioria dos passageiros, resolveu ir à casa de banho, para poder ver o meu filtro. Nunca a casa de banho do avião tinha sido tão utilizada. No final da viagem o comandante disse-me que lhe ia provocando um grande problema na estabilidade da aeronave. Todos tinham ido para o mesmo lado, para ver o meu invento", explica.
Entre muitas outras estórias, Manuel Lopes de Sousa, como homem de inventos e de encontrar soluções para problemas, foi frequentemente solicitado para proceder à abertura de cofres, quando perdido o código do segredo ou a chave.
Sempre os abriu com menos ou mais trabalho.
Esta habilidade é extensiva às portas das habitações e viaturas automóveis.
Na maioria dos casos estes trabalhos são feitos de forma graciosa e, naturalmente, alguns com histórias engraçadas.
Várias entidades beneficiaram desta sua especialidade: câmaras, bancos, departamentos militares, repartições públicas, forças policiais e, claro, particulares.
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