“Não consigo perceber como é que se coloca um novo tapete de alcatrão sem nada se fazer a nível dos passeios, das valetas, do escoamento das águas pluviais ou de equipamentos de sinalização”, disse Luís Mena Esteves na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém, que decorreu esta sexta-feira, 27 de setembro.
Segundo o autarca, a Infraestruturas de Portugal (IP), que é dona da obra, está a agravar um “problema muito sério” a nível da segurança dos moradores, pois “com um piso novo, os carros têm tendência a andar mais depressa, e as pessoas não têm como circular no centro da vila” sem aumentar os riscos de atropelamentos.
Luís Mena Esteves pediu à Câmara que intervenha junto da IP para “mostrar a indignação” dos autarcas locais, que nem sequer foram ouvidos aquando da elaboração do projeto.
Nesta sessão da Assembleia, o presidente da Junta de Freguesia de Alcanede também considerou que “as povoações atravessadas pela EN362 mereciam muito mais” por parte da IP, uma vez que “não têm alternativa” à circulação nesta estrada.
“Como se trata de uma via de escoamento de produtos das empresas desta região, o projeto devia ser mais abrangente para acautelar o trânsito de pesados, e isso também não foi tido em conta”, considerou Manuel Joaquim Vieira.
“Nada do que dissemos na fase de elaboração do projeto foi tido em conta pela IP”, acrescentou o presidente da Câmara de Santarém, que se mostrou solidário com o descontentamento dos presidentes de Junta.
“Fomos confrontados com a apresentação de um projeto que não conhecíamos, e temos andado a tentar evitar alguns disparates”, explicou Ricardo Gonçalves, recordando a “pompa e circunstância” que rodeou o lançamento da empreitada, aquando da vinda do então ministro Pedro Marques à Junta de Freguesia de Tremês.
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Seg, 23 Junho 2025
