O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, pediu esta segunda-feira, 16 de Julho, a suspensão do seu mandato mas por um período de apenas noventa dias (três meses).
“Este pedido deve-se ao facto de ter problemas de saúde que exigem cuidado especial e tratamento prolongado, além da necessidade de cumprir obrigações que assumi na minha vida literária”, explicou Moita Flores num documento que formaliza o seu pedido de suspensão e que foi aprovado (com os votos a favor do PSD e a abstenção do PS) na reunião de câmara desta segunda-feira, onde o autarca já não esteve presente.
O pedido de suspensão de apenas 90 dias deixa uma nuvem de fumo quanto ao futuro de Moita Flores em Santarém. É que apesar de ter aceite o convite da concelhia de Oeiras para se candidatar no concelho atualmente liderado por Isaltino Morais, Moita Flores reconheceu hoje mesmo, em declarações à Agência Lusa, que a sua candidatura depende ainda de outras decisões. “Até lá, estou disponível. Ou fico aqui ou vou gozar a minha reforma", afirmou o ainda presidente (embora com mandato suspenso) da Câmara de Santarém.
A duração da suspensão e os motivos invocados, não escaparam às críticas da oposição. Se por um lado desejou “rápidas melhoras” a Moita Flores, por outro, o vereador socialista António Carmo disse esperar que esses problemas de saúde não sejam impeditivos das suas actividades de pré-campanha em Oeiras.
Carmo estranhou ainda a justificação das obrigações literárias, lembrando que durante os sete anos em que liderou a autarquia Moita Flores nunca cessou a sua actividade de escritor, publicando vários romances.
Com o pedido de suspensão de Moita Flores, o vice-presidente Ricardo Gonçalves assume a presidência da autarquia pelo menos durante os próximos três meses, entrando para a vereação o nome seguinte da lista do PSD, o empresário João Lucas.