José Luís Cabrita, eleito da CDU na Assembleia Municipal de Santarém, deixou um rol arrasador de críticas à atuação da PSP de Santarém na fiscalização do estacionamento tarifado na cidade, acusando a polícia de ser uma espécie de cobrador do fraque por conta da empresa privada que gere a concessão do estacionamento.
“A polícia sabe que os parcómetros estão todos ilegais e continua a multar. A polícia sabe que os preços cobrados não respeitam a lei nem o contrato acordado com a Câmara e continua a multar”, lamentou José Luís Cabrita na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém, onde considerou que a PSP “tem um comportamento incompreensível”.
A atitude da polícia é também estranha, segundo José Luís Cabrita, porque a empresa privada nem sequer paga rendas à Câmara nem respeita o contrato de concessão assinado com a autarquia, estando ambas as entidades envolvidas num longo processo judicial.
Os reparos críticos de José Luís Cabrita estenderam-se também ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), o organismo que a PSP “indica aos cidadãos lesados que queiram apresentar uma reclamação”.
O problema, segundo o eleito da CDU, é que o IMTT “ou não tem juristas, ou tem juristas que não sabem ler”, tal é o tratamento dado às contestações apresentadas e as “respostas ridículas” que vão surgindo.
“A mim, já me responderam que eu estava a colocar peões em perigo. Ora, eu pergunto como é que isto é possível se a reclamação era sobre uma multa de estacionamento a um carro que estava parado”, exemplificou José Luís Cabrita, acrescentado que já se viu obrigado a recorrer aos tribunais, “onde os custos dos processos são bem mais elevados para qualquer cidadão”.