A Associação para a Defesa do Património Mineiro, Industrial e Arquitectónico (EICEL 1920) de Rio Maior vai pedir à Assembleia Municipal de Rio Maior que lhe faculte o projecto de arquitectura da futura loja do cidadão, que está a ser construída na Praça do Comércio.
Isto porque, segundo a EICEL 1920, ao fim de 11 meses de contactos com a Câmara Municipal, a autarquia ainda não disponibilizou não só o projecto de arquitectura do novo edifício, mas também “cópias dos pareceres técnicos que justificaram a demolição integral de dois edifícios centenários no coração da zona antiga da cidade”.
A observação da obra em curso suscita dúvidas, uma vez que evidencia “uma volumetria desajustada da estrutura urbana na qual se insere”, sustentam os defensores do património em comunicado, onde afirmam também pretender saber “qual o enquadramento legal que fundamenta o índice de construção, bem como as cérceas adoptadas na edificação do espaço polivalente com funções cívicas, lúdicas e sociais, no qual será instalada a futura Loja do Cidadão”.
Câmara não mostra documentos
Em causa está o facto da empreitada, que se iniciou há cerca de um ano, a 6 de Junho de 2001, ter obrigado à demolição integral dos dois edifícios que existiam no local.
Quando a Câmara de Rio Maior deliberou a relocalização da loja do cidadão para a Praça do Comércio, em Abril de 2010, anunciou uma obra orçada em 700 mil euros que iria manter as fachadas dos prédios já existentes.
O que não aconteceu, como se pode perceber facilmente pelas fotos.
Perante “a perda irrecuperável do valor patrimonial do quarteirão intervencionado”, a 1 de Julho de 2011, a direcção da EICEL reuniu com o vice-presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Carlos Frazão.
Segundo a associação, o vereador terá explicado que a demolição sustentou-se em pareceres técnicos que defendiam “a insustentabilidade do restauro dos edifícios intervencionados” e confirmam “a opção pela construção de edifício com volumetria diferente”.
Desde então, e sempre com a obra a decorrer, a EICEL 1920 tem solicitado o acesso aos pareceres referidos por Carlos Frazão ou uma nova reunião para os analisar.
Como está há 11 meses para os consultar, a associação volta-se agora para a Assembleia Municipal, na esperança de que este órgão possa esclarecer devidamente todo este processo.