A Câmara Municipal de Santarém vai pedir uma reunião com carater de urgência ao ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, a propósito das descargas poluentes detetadas no rio Alviela nas últimas semanas, e que alegadamente tiveram origem na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena.
A informação foi avançada pelo presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves, na reunião pública do executivo desta segunda-feira, 16 de dezembro, depois de os vereadores do PS e da CDU manifestarem a sua indignação pela falta de uma explicação oficial para as descargas ilegais no leito do rio, sentidas na zona da aldeia de Vaqueiros.
Nas últimas duas semanas, há registo de terem sido efetuadas três descargas ilegais na Ribeira dos Carvalhos, afluente do rio Alviela, disse Francisco Madeira Lopes, vereador da CDU, que lamentou que o todo o Projeto de Requalificação da Bacia do Alviela, protocolado em 2009 entre o INAG, a ARH-Tejo, o Município de Alcanena e a AUSTRA, esteja parado desde Março de 2011, sem que nenhuma das obras fundamentais tenha sido realizada.
Apesar da Câmara de Santarém não ser uma das entidades envolvidas na assinatura do protocolo, Madeira Lopes defendeu que a autarquia deve "liderar o processo de defesa do Alviela" e tentar promover de imediato reuniões com todos os restantes parceiros envolvidos e apurar as razões pelas quais não estão a ser concretizados os investimentos previstos na requalificação global do sistema de tratamento de efluentes de Alcanena.
A sugestão do vereador da CDU acabou por ser aceite pelo executivo do PSD, que se comprometeu a promover o encontro entre os diferentes organismos envolvidos neste processo.