Qua, 11 Dezembro 2024

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Câmara de Santarém continua sem dar explicações sobre o Skate Parque

A Câmara Municipal de Santarém continua sem dar explicações cabais sobre o Skate Parque montado no Campo Emílio Infante da Câmara por quase 75 mil euros, alegando que está a decorrer um processo de inquérito aos procedimentos legais da adjudicação do equipamento, aberto por despacho do presidente Ricardo Gonçalves no passado dia 17 de agosto.


Na última reunião do executivo municipal, realizada esta segunda-feira, 28 de agosto, ficaram por responder quase todas as questões levantadas pelo vereador eleito pelo Chega, Pedro Frazão, uma delas em relação à falta de documentação no Portal Base.Gov sobre as propostas das restantes empresas consultadas no âmbito do processo de adjudicação, que, recorde-se, foi entregue por Consulta Prévia a Artur Georgio Casaca, um empresário scalabitano.
“Não vejo como a abertura de um inquérito possa impedir a divulgação de documentos que deviam ser públicos desde a primeira hora”, afirmou Pedro Frazão, que disse estranhar o facto da adjudicação ter sido “ganha por um particular”, e não por uma empresa especializada na construção deste tipo de equipamentos.
“Não sei se se pode chamar àquilo um Skate Parque, ou apenas um conjunto de rampas”, acrescentou o vereador, que chamou a atenção para o facto do equipamento ter sido inaugurado sem normas de utilização definidas, com imperfeições nas rampas que são uma ameaça à segurança dos utilizadores, sem W.C.’s ou pontos de água por perto, e sem fiscalização prévia de nenhuma entidade competente.

Skate Parque esteve aberto apenas sete dias
a3 ricardo goncalvesApresentado à comunidade scalabitana a 11 de agosto, no início do evento “Scalabis Youth Days”, o Skate Parque levantou uma polémica tão grande que acabou por ser encerrado pela Câmara de Santarém a 18 de agosto, na sequência do Despacho nº 76/P/2023 do presidente da autarquia, datado de 17 de agosto.
No documento, a que a Rede Regional teve acesso, Ricardo Gonçalves considera que é necessário esclarecer questões relativas “à legalidade e segurança dos equipamentos e procedimentos pré-contratuais relativos às aquisições dos bens / serviços que ali se encontram instalados”.
O autarca constituiu uma equipa formada por três diretores de departamento da autarquia (de Administração e Finanças, de Gestão Territorial e Planeamento, e do Ambiente, Sustentabilidade e Espaço Público) para “verificar se o valor da aquisição das rampas existentes no skatepark é compatível com os preços de mercado praticados na data da sua aquisição”.
Em menos de 24 horas, foi realizada uma vistoria ao espaço, que acabou encerrado e interdito à prática da modalidade.
“Paralelamente, determino a instauração de um processo de inquérito para analisar a legalidade dos procedimentos pré-contratuais desenvolvidos para a aquisição de bens / serviços relacionados com a abertura do espaço ao público, bem como para avaliar a existência de indícios da prática de eventuais ilícitos disciplinares”, lê-se ainda no Despacho, que acrescenta que caso “se verifique a existência de indícios da prática de ilícitos criminais, deverão os mesmos ser comunicados imediatamente ao Ministério Público”.

 

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