A Câmara Municipal de Santarém aprovou esta sexta-feira, 29 de novembro, por maioria, com os votos a favor do PSD (4) e PS (4) e o voto contra do chega, o Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal para o ano 2025, cujo valor total ronda os 90 milhões de euros (89.325.014 euros).
Na apresentação do documento, que apresenta um aumento de cerca de 4 milhões de euros (+ 4,6%) relativamente a 2024, o presidente da autarquia, João Leite (PSD) considera que este é um orçamento “de concretização, ação e dinamismo”, assente em três premissas: mais investimento, menos impostos e menos dívida.
“Priorizamos investimentos estratégicos que impulsionam o desenvolvimento e melhoram a qualidade de vida de todos, trabalhamos para aliviar os impostos municipais, permitindo que as famílias e as empresas tenham mais recursos para crescer e prosperar, e mantemos uma gestão financeira responsável, reduzindo a dívida pública e garantindo um futuro sustentável”, explica o autarca.
Elogiando a capacidade que o município tem para atrair investimento privado, João Leite diz que o emprego é o fator mais importante para o desenvolvimento de um concelho, e revela que atualmente há cerca de 200 milhões de investimento privado em curso, valor que praticamente duplica em 2025.
No que se refere ao Mapa de Pessoal para 2025, compreende um total de 1.165 postos de trabalho, dos quais apenas 950 estão efetivamente ocupados. Destes, 396 são funcionários ao serviço das várias escolas do concelho e 554 trabalham diretamente nos serviços camarários. Em 2025 a autarquia tem 95 postos de trabalho para preencher mas, ainda assim, pensa reduzir 21 trabalhadores face a 2024.
Além dos votos da maioria PSD, os documentos foram aprovados com os 4 votos do PS, dando seguimento ao acordo de governação entre os dois partidos. Nuno Domingos salientou a dimensão solidária do orçamento, referindo que “não há uma rubrica de uma junta de freguesia que não esteja dotada a 100%”.
Já Nuno Russo lamentou a pouca margem para a agricultura, florestas, ambiente e recursos hídricos, pelouros sob o seu comando, realçando, ao contrário, as verbas para espaços verdes e espaços públicos, proteção animal, higiene pública e animal, assim como o reforço do mapa pessoal nestas áreas em 2024 e 2025.
Manuel Afonso, vereador sem pelouros, lamentou que não haja investimento para o departamento de obras executar “aquelas pequenas coisas que dão qualidade de vida às pessoas” e alertou para as “barreiras em perigo permanente”, nomeadamente para as encostas do cemitério dos capuchos. “Se amanhã houver um deslizamento a sério e nós não termos feito nada para o contrariar, somos responsáveis”, disse.
O único voto contra foi o de Manuela Estêvão, do Chega, que considera que este é “um mandato maioritariamente de gestão corrente”, com propostas que andam “a rolar há vários mandatos”, exemplificando com o PDM, o Campo Infante da Câmara, a EPC, o centro histórico, o Rosa Damasceno, entre outros, sem esquecer o que chamou de “vergonha da novela do skate parque”.
“É preciso um plano estratégico integrado a médio-longo prazo que nos perspetive o que queremos ser daqui a 15-20 anos”, concluiu, acrescentando que “as grandes opções do plano conduzem Santarém a um concelho sistematicamente adiado”.
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