A Câmara de Santarém aprovou esta segunda-feira, 21 de maio, mais um prolongamento para a data prevista para a conclusão das obras de estabilização da encosta de Santa Margarida, que só deverão estar concluídas daqui a dois anos, em junho de 2020.
O presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves (PSD), explicou que o novo atraso se prende essencialmente com questões burocráticas ligadas aos necessários pareceres positivos da Direcção Geral das Autarquias Locais (DGAL), que ainda não foram emitidos, nomeadamente no que diz respeito às expropriações na Rua de Santa Margarida, junto ao antigo cineteatro Rosa Damasceno.
“Estamos a trabalhar para encurtar os prazos”, disse o autarca, explicando que enquanto os pareceres não vierem a autarquia está impedida de avançar com as demolições de alguns prédios. “Há situações que não estão na nossa mão” e “ninguém lamenta mais esta situação do que nós”, reforçou Ricardo Gonçalves.
O autarca explicou ainda que à medida que a obra foi avançando foi-se descobrindo que os métodos iniciais propostos pelos projetistas não eram os mais adequados e que, por isso, foi necessário inverter procedimentos, sob pena da muralha e da antiga albergaria existente no local poderem entrar em derrocada.
O atraso dos trabalhos pode levar ao prolongamento do encerramento da ligação entre a cidade e a ponte D. Luís, na Estrada Nacional 114, que está encerrada ao trânsito automóvel desde o deslizamento de terras ocorrido em agosto de 2014.
Ricardo Gonçalves admite mesmo avançar com a suspensão parcial da empreitada, tudo dependendo de como o processo avançar (ou não) nas próximas semanas.
PS crítica atrasos e salienta prejuízos
A ratificação da modificação do plano de trabalhos na empreitada do projeto global das encostas de Santarém acabou por ser aprovada com os votos a favor dos 5 eleitos do PSD e quatro votos contra da bancada do PS.
Rui Barreiro (PS) lamentou os atrasos sucessivos da obra e apelidou mesmo de “bastante grave” o atraso de 938 para 1217 dias (279 dias) para a conclusão das mesmas, sem haver sequer garantias que os prazos não vão derrapar novamente.
O vereador socialista apontou ainda o prejuízo financeiro, com o aumento dos custos da obra, opinião reforçada pelo seu colega de bancada José Augusto, que estranhou tanto atraso e lamentou a burocracia de todo o processo.
“Não lamenta mais que nós”, repetiu Ricardo Gonçalves.