Partindo da última descarga poluente, detetada a 25 de janeiro, dia das últimas eleições presidenciais, a deputada do BE Fabíola Cardoso pediu respostas concretas na Assembleia da República ao Ministério do Ambiente, mas não ficou particularmente esperançada com o que lhe foi transmitido pela Secretária de Estado Inês Costa.
A resposta da tutela “não faz referência a qualquer projeto ou plano em curso, nem aos custos e fontes de financiamento”, segundo um comunicado do BE, que acusa a secretária de Estado de usar um “tom apaziguador” para desviar as atenções e que em nada contribui para se encontrar uma solução definitiva.
“Depois da autarquia de Tomar imputar a origem da poluição à ETAR de Seiça, que, embora instalada no concelho de Tomar serve o concelho vizinho de Ourém, a autarquia ouriense começou por negar responsabilidades, para depois as assumir, perante a evidência dos factos”, explica a deputada bloquista, acrescentando que “agora, o município de Tomar também já reconhece a sua parte de responsabilidade no problema”, uma vez que “não pode orgulhar-se do saneamento básico do concelho.
“Encontrado o consenso entre os municípios e declarada a vontade comum de pôr fim ao problema, com a criação da nova empresa Tejo Ambiente, seriam de esperar avanços decisivos na resolução do problema. Mas tal não está a acontecer”, lamenta Fabíola Cardoso.
Na sua resposta, o Ministério do Ambiente afirma que “as medidas estão todas em curso e esperamos que sejam eficazes para resolução do problema assim que possível”, mas o BE considera inaceitável que não conste “nem uma palavra sobre a ETAR, nem sobre os 15 milhões de euros de investimento necessários e já anunciados pela Tejo Ambiente, verba que agora, nas palavras de Inês Costa, parece afigurar-se desnecessária”.
Considerando que há uma tentativa de “silenciar a poluição do rio Nabão até às eleições autárquicas deste ano”, o BE, no comunicado, exige do Ministério do Ambiente e de todos as entidades envolvidas transparência, seriedade e celeridade na resolução deste atentado ecológico e também para a saúde pública”.