"Após as eleições parti para uma coligação informal com a CDU, bloqueando realmente a instalação da freguesia nos moldes que o PS apresentara", escreve o cabeça de lista do PSD em Alcanhões, Aires Branco, na carta aberta à população onde justifica as razões que o levaram a apresentar uma inesperada renuncia ao mandato.
A carta foi divulgada este sábado, 16 de novembro, um dia depois da Assembleia que terminou novamente sem acordo para formação de executivo para a Junta de Freguesia de Alcanhões, que, cerca de um mês e meio depois das eleições, é a única do concelho de Santarém sem órgãos autárquicos instalados.
Sem nunca referir se a sua decisão foi ou não motivada por conflitos internos com os restantes elementos da lista que o PSD candidatou em Alcanhões, Aires Branco diz ter observado "da parte do partido vencedor (PS) uma hostilidade anormal á vida em sociedade e em democracia" e ter sentido uma "intensa pressão" por parte dos órgãos municipais para que se chegasse a um consenso.
O candidato vencido diz ser da opinião que o PS não devia "governar sozinho", pois venceu as eleições sem maioria absoluta, razão pela qual decidiu aliar-se à CDU para chumbar a primeira proposta de executivo apresentada por Pedro Mena Esteves.
Aires Branco diz ainda ter defendido que a CDU, por ser a segunda força política mais votada, devia ocupar um lugar no executivo, mas que, "face à intransigência demonstrada e falta de consensos e certo dos problemas que atravessa a nossa freguesia", decidiu partir para um "Plano B, plano esse que exigia alguma cedência de todas as partes envolvidas", e que o incluía a ele no executivo da Junta de Freguesia.
O candidato termina dizendo que renunciou por não ter conseguido "garantir o consenso no seio da coligação" e por não estar disponível para "partir para situações não consensuais, que criam algum desconforto entre as partes envolvidas".
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