Um miúdo de 10 anos que frequenta o 5º ano na escola Armando Lizardo, em Coruche, foi agredido com violência por um colega de turma que tem 13 anos, mas recebeu exatamente o mesmo castigo que o alegado agressor.
O pai da criança, Pedro Ferreira, diz-se “incrédulo” com a decisão da direção do Agrupamento de Escolas de Coruche, e garantiu à Rede Regional que o filho não vai cumprir qualquer punição.
O caso remonta a 16 de outubro, quando, na sequência de um desentendimento à saída da sala, o miúdo mais velho tentou atirar o filho de Pedro Ferreira “pelas escadas abaixo”.
“Como não conseguiu, agrediu-o a soco na cara”, explicou o pai à Rede Regional, acrescentando que o menor teve que receber assistência no Centro de Saúde de Coruche.
Munido do relatório médico e de uma participação elaborada pela diretora de turma, que ouviu várias testemunhas do incidente, Pedro Ferreira apresentou queixa formal à direção do agrupamento.
Este encarregado de educação ficou estupefacto quando recebeu a decisão deste órgão, que optou por promover uma espécie de tentativa de conciliação: “castigou ambos a fazer trabalho voluntário a favor da escola, durante uma tarde, para fazer as pazes e ficar amigos”, explica.
Segundo o relatório do procedimento disciplinar, a que a Rede Regional teve acesso, ambos receberam a medida corretiva de “colaboração, acompanhada, no serviço das assistentes operacionais”, um castigo a cumprir nas instalações da Armando Lizardo no próximo dia 16 de novembro, entre as 14h40 e as 17h10.
Pedro Ferreira garante que se vai responsabilizar pelas consequências de não permitir que o seu filho seja sujeito a este desfecho.
O encarregado de educação acrescenta ainda que há “um clima de medo dentro da escola”, provocado por um grupo identificado de alunos repetentes, e que o agrupamento é “complacente” com os vários episódios de violência já ocorridos.
A Rede Regional chegou à fala com a diretora do agrupamento, Isabel Cordeiro, que afirmou não ter quaisquer esclarecimentos a prestar à comunicação social.