Ao longo dos 12 meses de 2012, registou-se uma quebra de 35,93% na circulação automóvel na A23, a autoestrada que liga Torres Novas à Guarda e serve vários concelhos do Norte do Ribatejo.
A informação consta do último boletim da ScutVias, a concessionária desta ex-SCUT (via sem custos para o utilizador), onde a empresa assinala que "é notório o fortíssimo impacto da decisão do Estado Português em introduzir portagens na A23 no desempenho do tráfego durante o ano de 2012".
Por dia, circularam pela autoestrada 6.197 veículos, em média, sendo que destes 5.381 são ligeiros e 815 são pesados, dados que, quando comparados com os valores registados em Dezembro do ano passado, traduzem uma quebra de tráfego que anda quase nos 36% e é superior a um terço.
Feitas as contas por alto, são quase 2.000 carros a menos a circular por dia, no espaço de um ano, na A23, onde foram introduzidas portagens a 8 de dezembro de 2011.
Câmara de Abrantes exige revisão dos valores das portagens
Face à realidade que os números evidenciam, a Câmara de Abrantes considera ser urgente rever os valores das taxas de portagem entre Torres Novas e Espanha "porque as atualmente praticadas são proibitivas e inibidoras da circulação na A23".
Em nome de se "voltar a criar condições de competitividade para a região", a autarquia insistiu recentemente junto da secretaria de Estado das Obras Públicas para que efetue uma revisão da modalidade de cobrança de taxas de circulação, até ao momento sem resposta.
A Câmara, juntamente com outros municípios do Médio Tejo, defendem que a descida das portagens aumentaria o tráfego na A23 e, consequentemente, as receitas arrecadadas pelo Estado.
Pelo contrário, a decisão do governo "veio criar mais um agravamento nas despesas das famílias e das empresas, para além do natural aumento de trânsito dentro das localidades, que se passou a verificar", conclui a Câmara de Abrantes.