Os trabalhadores do Centro de Produção de Refrigerantes da Unicer em Santarém vão cumprir uma hora de greve por cada turno entre 26 e 30 de novembro, em todos os sectores da empresa.
Esta ação de luta foi aprovada por unanimidade num plenário realizado à porta da fábrica, às 16 horas, que juntou cerca de 40 dos 70 funcionários que vão ser afetados pelo encerramento desta unidade, anunciado para o final de abril de 2016.
Esta greve vem dar corpo às promessas de endurecimento das formas de luta feitas pela Comissão de Trabalhadores e pelos sindicatos afetos a este ramo de atividade, e a moção aprovada não exclui a possibilidade de serem decididas outras formas de protesto.
À porta da fábrica, os trabalhadores disseram estar em “defesa dos seus postos de trabalho”, uma vez que não aceitam nem compreendem a decisão da administração da Unicer em encerrar o centro de Santarém e despedir outros 70 trabalhadores da fábrica de Leça do Balio e dos serviços centrais da empresa.
“Uma empresa que dá 33 milhões de lucros e beneficia de 7 milhões de euros de apoios comunitários não pode descartar-se desta forma das suas responsabilidades para com as pessoas”, disse Rui Aldeano, da União dos Sindicatos de Santarém (USS), frisando que “não se vislumbra qualquer razão para esta fábrica encerrar”.
Ao contrário do que aconteceu em 2012, aquando do encerramento da unidade de produção de cervejas da Unicer, a poucos quilómetros desta fábrica, “os trabalhadores estão a dar um sinal muito importante de união e de que não serão facilmente vencidos”, sublinhou ainda Rui Aldeano.
A moção aprovada critica ainda “a falta de resposta por parte da administração” às propostas apresentadas pelas comissões de trabalhadores” e à falta de “clarificação dos motivos” que justificam o fecho desta unidade fabril.
O documento acusa ainda a administração de aliciar os trabalhadores “com propostas de rescisão que se fazem acompanhar de pressões diversas e constrangimentos à normal execução do seu serviço”.
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