Os trabalhadores da Unicer de Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, aprovaram esta terça-feira, 13 de outubro, uma moção em que se manifestam disponíveis para encontrar soluções que evitem despedimentos na empresa, nomeadamente 70 na unidade de produção de refrigerantes de Santarém e outros 70 da estrutura central.
Os trabalhadores repudiam e dizem não compreender a decisão da administração de fechar a ex-Rical, a partir de maio de 2016, e mostram-se disponíveis para participar “em massa (…) nas formas de luta e protesto que estes achem convenientes e proporcionais à onerosidade e infortúnio que tais decisões acarretariam para os trabalhadores envolvidos e seus familiares”.
A moção ontem aprovada em Leça do Balio será discutida esta quarta-feira em Santarém, onde os trabalhadores se irão reunir em plenário. Caso a moção seja aprovada, como se espera, será levada à administração, o que significa que “o ónus fica do lado da empresa”.
A administração da cervejeira justificou a decisão de encerrar a fábrica de Santarém pela “volatilidade da economia” e a “retração de mercados”, aliados aos “baixos níveis de utilização da capacidade instalada em Santarém”, falando igualmente de uma “redução no volume de negócios da empresa, subjacente a uma quebra no mercado cervejeiro angolano que se estima em 30%”.
Recorde-se que a Unicer fechou 2014 com um aumento de vendas dos 462,8 em 2013 para os 476,8 milhões de euros e um crescimento dos lucros de 26,7 para 33 milhões de euros, num resultado por ação de 0,66 euros, acima dos 0,53 de 2013.
UGT lamenta decisão da Unicer e apoia presidente da câmara
Em comunicado, a UGT Santarém veio também lamentar a decisão de ajustamento da estrutura da UNICER, que mais uma vez penaliza a região de Santarém, e declarou o seu apoio ao presidente da Câmara Municipal, Ricardo Gonçalves, por este ir “questionar o Ministério da Economia e a AICEP, uma vez que a fábrica da UNICER de Santarém terá beneficiado de mais de sete milhões de euros em fundos do último Quadro Comunitário de Apoio”.