Os trabalhadores da Rodoviária do Tejo convocaram nova greve para a próxima semana, uma situação que deverá, à semelhança das ocorridas há várias semanas, provocar constrangimentos na circulação de autocarros.
Segundo a empresa, que admite “perturbações nos serviços”, a greve está marcada para o período entre as 03h00 de 4 de fevereiro (segunda-feira) e as 03h00 de 6 de fevereiro (quarta-feira).
O aumento dos salários, do valor do subsídio de refeição e a dignificação da profissão são as principais exigências dos trabalhadores, que acusam a empresa de não dar ouvidos nem respostas às suas reivindicações.
“Temos aqui motoristas a ganhar 609 euros por mês, o que são mais nove euros que o salário mínimo. Isto não pode, obviamente, continuar”, explicou em Novembro Manuel Castelão, delegado do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), dando conta que os salários de muitos trabalhadores chegam aos “700 ou 800 euros graças às horas extraordinárias que são obrigados a fazer”.
O delegado sindical explicou ainda que há motoristas que trabalham oito horas mas com um intervalo para almoço de quatro horas, o que os obriga a estar ao serviço da empresa num total de 12 horas diárias.
“E o subsídio de refeição é de 2,55 euros, o que nem dá para uma sandes”, desabafa Manuel Castelão.
“Os motoristas têm a dupla responsabilidade de transportar os passageiros e garantir a sua segurança, pelo que a sua profissão tem que ser valorizada, ao contrário do que as empresas do sector estão a fazer”, disse na mesma altura à Rede Regional Arménio Carlos, para quem “nada justifica que os trabalhadores tenham salários tão baixos”.
Segundo o secretário geral da CGTP-IN, esta greve é também uma chamada de atenção para a “melhoria das condições de segurança dos transportes rodoviários e das condições de trabalho de quem assegura esse serviço”, uma questão “a que o governo não pode fingir que fica indiferente”.