A administração da empresa de produção de leite Renoldy S.A, com sede em Alpiarça, começou esta segunda-feira, 13 de abril, a informar os trabalhadores que a fábrica vai encerrar no último dia deste mês.
A garantia foi dada à Rede Regional pela União dos Sindicatos do Distrito de Santarém (USS/CGTP-IN) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e da Indústria da Alimentação, Tabacos e Bebidas de Portugal (SINTAB).
Os sindicalistas repudiam o comportamento da administração da empresa que, em seu entender, “deveria ter como preocupação encontrar soluções para a viabilização da unidade em Alpiarça, em vez de optar por encerrar a fábrica e empurrar 56 trabalhadores para o desemprego”.
Numa nota conjunta, USS e SINTAB “consideram ainda que é de uma má fé e uma deslealdade total para com os trabalhadores que desde 2004 dão o seu melhor diariamente, limitar-se a informar por escrito os mesmos”.
Os sindicatos prometem fazer “todos os esforços” políticos ou jurídicos “no sentido de a Renoldy não encerrar e para que os 56 postos de trabalho se mantenham”. Vão, ainda, solicitar reuniões conjuntas de carácter urgente com o Ministro da Economia, a respectiva Comissão Parlamentar e Grupos Parlamentares com representação do distrito de Santarém.
“A USS/CGTP-IN e o SINTAB consideram que o processo da Renoldy ainda não está encerrado e que restam muitas explicações sobre o que está a acontecer e sobre que medidas pondera o poder politico tomar para que não sejam destruídos mais 56 postos de trabalho”, termina o comunicado enviado à Rede Regional.
Administração recusa receber deputados do PS
Os funcionários começaram a receber as cartas na segunda-feira, 13 de abril, precisamente no dia em que os deputados Idália Serrão e António Gameiro, acompanhados por uma comitiva de eleitos locais do PS, reuniram com a Câmara de Alpiarça acerca da situação que se vive na empresa.
Os deputados solicitaram uma audiência à administração da Renoldy e permissão para falar com os trabalhadores, mas não foram autorizados sequer a visitar as instalações da fábrica.
“É uma tristeza e uma vergonha ver que a Lactogal não autoriza os deputados do PS a acompanhar a situação da empresa no local”, considerou António Gameiro, acrescentando que “os trabalhadores merecem o nosso apoio e conforto, e tudo faremos para denunciar estes monopólios que se servem do Ribatejo e das suas gentes”.
Em comunicado, também o movimento “Todos Por Alpiarça”, que elegeu Francisco Saturnino Cunha como vereador nas últimas autárquicas, “solidariza-se com todos os trabalhadores e expressa votos de que sejam encontradas soluções para a continuidade / reativação desta unidade fabril”.
O movimento expressa ainda “a necessidade urgente de que sejam encontradas soluções ou alternativas de investimento no concelho que permita a absorção dos postos de trabalho agora extintos”, uma vez que, “além do drama presente em 58 famílias do concelho, existirá ainda o impacto inevitável que se fará sentir em relação a todos aqueles que de forma indireta mantinham relações comerciais com a Renoldy (fornecedores, prestadores de serviços, etc.)”.
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