O presidente do conselho de administração da Companhia das Lezírias pediu a cessação unilateral do contrato que o liga à empresa “pelo superior interesse” das várias instituições a que estava ligado pela inerência do cargo.
Em declarações à Agência Lusa, António de Sousa disse que se viu forçado a tomar esta iniciativa depois de “várias diligências” junto da tutela no sentido de uma definição de uma nova administração da empresa detida totalmente pelo Estado, uma vez que o mandato da atual terminou em dezembro de 2010 e não foi nomeada outra.
“É muito difícil, para não dizer que é quase impossível, estar num cargo destes sem deter plenos poderes”, afirmou, sublinhando que, além de presidir à Companhia das Lezírias (CL), é ainda, por inerência, presidente da Fundação Alter Real e da Associação de Beneficiários da Lezíria Grande e vice-presidente não executivo da Orivárzea.
António de Sousa sublinhou que só é possível “tomar decisões estruturais e estratégicas com plenos poderes” e que avançou com o pedido de cessação do contrato esgotadas todas as tentativas junto da tutela e por se encontrar numa fase de lançamento do plano de atividades e do orçamento para 2012 da exploração agro-pecuária e florestal.
António de Sousa fez questão de frisar que não o move “qualquer tipo de animosidade com a tutela” e que as razões que levaram à sua tomada de posição são estritamente “institucionais e profissionais”.
Manuel Nogueira, que é vogal do conselho de administração da CL desde 2005, também pediu a cessação do seu contrato.
Questionada pela Lusa sobre o pedido de António de Sousa e o futuro da CL, fonte do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território limitou-se a dizer que este “está atento à situação e que o assunto está a ser devidamente estudado de forma a serem escolhidas as melhores soluções que potenciem a instituição”.
António de Sousa, que foi nomeado pelo anterior Governo em julho de 2010 após a exoneração do anterior presidente, adiantou sair satisfeito com os resultados alcançados pela empresa no período em que foi responsável pela sua gestão.
As contas de 2010 fecharam com um lucro da ordem dos 510 mil euros, “mais que duplicando os do ano anterior”, feito que deverá ser repetido este ano, já que a perspetiva é “novamente duplicar e fechar acima do milhão de euros de lucro”, afirmou.